Jade Picon na Globo? 'Não tem registro, não trabalha', diz sindicato dos artistas
Para Hugo Gross, influenciadora tomaria o espaço de um profissional de atuação
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Em um pouco mais de 24 horas, o telefone no Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro (Sated-RJ) não parou de tocar. Já foram mais de 3.000 ligações de filiados e não filiados de todo Brasil pedindo esclarecimentos e até cobrando uma posição da entidade contra a possibilidade da escalação de Jade Picon para a próxima novela das nove da Globo, "Travessia", de Glória Perez.
A influenciadora e ex-BBB, que acumula mais de 20 milhões de seguidores no Instagram, não tem registro profissional da categoria, o DRT, nem deu entrada no último ano com qualquer pedido de autorização provisória de atuação na categoria. "O sindicato está de olho e posso garantir: não tem registro, não trabalha", afirma Hugo Gross, presidente do Sated-RJ.
"Não existe nada contra a Jade Picon, particularmente, mas temos que proteger a nossa categoria. Não estamos aqui para impedir o trabalho de ninguém, mas o que não pode é uma pessoa que vem da mídia se achar no direito de tomar o espaço de um profissional de atuação. Nem que tenhamos que ir à Justiça, mas ela não vai trabalhar na novela", promete ele.
Há 15 anos na presidência do sindicato, Hugo Gross confessou que até hoje batalha por trabalhos em novelas na Globo [a última produção da qual fez parte foi "Aquele Beijo" (2011)] e se mostrou indignado com a escalação de Jade.
"Se eu não tenho seguidores, eu não posso atuar na minha profissão? Como é isso? Não tenho vergonha de assumir que continuo na batalha, sigo pedindo oportunidades e, por isso, nós vamos ficar em cima, sim. Já conversei com a emissora, notifiquei que ela não tinha DRT e me disseram que ela tinha registro de modelo. Mas registro de modelo não serve", esclarece.
Hugo também falou da permissão especial para a também ex-BBB Rafa Kalimann atuar na série da Globoplay "Rensga Hits!", gravada no ano passado, mas ainda sem previsão de estreia na streaming. "A Rafa Kalimann fez vários cursos de teatro ao longo de sua vida e ainda apresentou uma autorização específica para aquele determinado personagem. Cada caso é um caso e a gente sabe que isso aconteceu no passado com a Grazi Massafera, por exemplo, mas foi outra época. Não posso responder pelos meus antecessores. Hoje, o meu papel é proteger a categoria e é isso que eu vou fazer".
"Já conversei com presidentes de outros sindicatos e estamos fechados. Não vamos deixar mais isso acontecer. Existe um quadro com profissionais disponíveis no mercado e todos com registros. Por que não pegam esses artistas e dão trabalho? Não estamos aqui para atrapalhar a vida de ninguém, estamos para cumprir a lei. Sem registro profissional, a Jade não trabalha", finaliza.