Ex-participante relata trauma e diz que The Voice Kids 'deveria ser proibido'
Hoje com 15 anos, garota diz que perdeu autoestima após participar do programa
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma participante do The Voice Kids fez um desabafo nas redes sociais a respeito de algumas situações vividas no programa da Globo. A garota participou da edição 2019 do reality musical e foi selecionada para o Time Simone e Simaria.
Procurada pelo F5, a Globo ainda não respondeu às críticas ou se manifestou sobre o assunto até o momento.
Atualmente com 15 anos, ela afirmou que não tinha preparo psicológico para participar do programa, que acha "imoral" colocar crianças para competirem entre si e que ficou traumatizada com a experiência, o que a levou a ficar um ano sem cantar após ser eliminada do programa.
"Na minha opinião The Voice Kids deveria ser proibido", afirmou. "Ninguém abusou de mim ou coisa do tipo, me trataram muito bem em vários aspectos, o que eu tô falando é sobre a mecânica do programa."
"Acontece que quando se colocam crianças para competirem entre si em prol do entretenimento alheio, já passa a ser algo duvidoso", avaliou. "Tenho que dizer que na época que eu fui (com 13 anos), a perspectiva de fazer parte disso era fantástica. Na minha cabeça, era tudo as mil maravilhas."
"A experiência em si foi boa considerando as amizades que eu fiz durante o processo. Mas eu não tinha preparo psicológico e muito menos emocional para enfrentar um baque daqueles", afirmou. "Podem dizer que eu só 'não sei perder' porque foi isso que eu achei por muito tempo."
A garota também disse que os psicólogos da Globo não prestaram ajuda efetiva durante o programa. "Fui desqualificada nas batalhas e eu perdi toda a minha autoestima", contou. "Toda a mágica que a música tinha pra mim foi embora porque eu pensava que não era boa o suficiente pra continuar. Alguém lá dentro me designou ruim demais para seguir no show."
"Eu passei um ano inteiro parada sem tocar no meu piano, sem aquecer a voz, sem cantar no chuveiro", continuou. "Quem me acompanhou nas redes sociais percebeu que eu fiquei um longo período de tempo sem postar nada, e a situação aqui em casa não ajudava, pois meus pais queriam me forçar a voltar a cantar."
"Até hoje tenho muita insegurança relação a tudo o que eu faço com música por causa disso e ainda trabalho com a terapeuta", relatou. "Não me levem a mal, psicólogas que ficavam lá para nós, mas vocês estavam mais para babás do que para psicólogas realmente. Não falaram nada tranquilizante, só respostas padrões que vocês provavelmente usaram com as crianças antes da gente."
Ela também se preocupou com as outras crianças da competição. "Vocês não têm noção do quanto partia o meu coração ver as crianças voltando do estúdio pro hotel chorando porque não haviam passado", disse.
"Gente, eu não quero atacar o programa nem nada, tá?", explicou. "É só um relato, ninguém precisa se doer por isso não. Outra coisa: não tô desdenhando da oportunidade que recebi. Só estou apontando alguns fatos, mas sou muito grata pela abertura de portas que o programa me proporcionou, mesmo eu não tendo energia para atravessá-las e agarrar as oportunidades."
Após os comentários viralizarem na internet, a menina passou a ser criticada por um grupo de pessoas que consideraram que ela "estava cuspindo no prato que comeu". Ela fechou a conta, que era pública, para que apenas quem já a seguia pudesse ver suas postagens.