Juliana Silveira diz que quase desistiu do teste para 'Floribella' e sugere continuação
Novela infantil, sucesso em 2005, volta ao ar na Band, nesta terça
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Juliana Silveira, 40, já tinha feito uma protagonista de "Malhação" (a Julia, da temporada de 2002 da novela teen da Globo), mas foi com "Floribella" (2005-2006), na Band, que ela virou estrela do público infantil e viu sua popularidade ir às alturas. "Eu era mais parada na rua pela Flor [a personagem-título da trama] do que pela Julia", lembra.
Foi também ali que Juliana teve a certeza de querer seguir na carreira artística. "Eu era muito nova, tinha 24 anos, nem sabia se ia continuar sendo atriz [...] 'Floribella' foi onde essa dúvida acabou. Ela me obrigou a quebrar todas as limitações que existiam na minha cabeça. Ganhei uma personagem que cantava, dançava, interpretava. Que estava na novela, mas também fora, fazendo shows", revela.
Reconhecida até hoje pelo papel, Juliana conta que quase desistiu de participar dos testes para a escolha da mocinha por medo de não estar preparada. A sua insegurança era, principalmente, sobre cantar. "Eu 'paniquei'. Falei para a minha empresária: 'Olha, eu não quero ir, não sou essa atriz que elas procuram, não vou conseguir cantar'". Recebeu uma bronca como resposta, e resolveu encarar o desafio.
Por coincidência, a atriz fez o teste com o ator Roger Gobeth, que viria a ser escolhido para interpretar o mocinho Fred. "Antes de mim, ele foi com o violão e cantou uma música do Gil. Eu achei o máximo e aquilo me deu força. Pensei: 'Bom, se ele fez isso, eu também vou fazer." Juliana cantou "Coração de Papelão", famosa nas vozes de Jairizinho e Simony. A atriz diz que ficou"toda vermelha e cheia de vergonha", achando que não iria passar. "Mas aí aconteceu."
Agora, ao lado do filho, Bento, 9, ela afirma estar ansiosa para rever a trama, que passa a ser reprisada na Band, a partir desta terça-feira (15), substituindo "Ouro Verde". Para Juliana, "Floribella" é uma história leve, divertida, que pode ser vista pela família inteira e que contempla o público infantil, faixa que, na visão dela, tem poucas opções de entretenimento na TV aberta.
"É uma novela que traz esperança no meio do caos. Se você for analisar a personagem, ela é muito sofrida. Não tem pai, não tem mãe, tenta ser cantora e não dá certo, e ela vira babá. É quase uma história de como lidar com as frustrações e dar a volta por cima, né?! É sobre como renascer e ressignificar as suas dores", diz.
Juliana revela que, mesmo antes do anúncio da reprise da novela, nessa onda de nostalgia dos anos 1990 e dos anos 2000, já recebia muitos pedidos de fãs para que "Floribella" voltasse à TV aberta. Na época em que foi ao ar, a novela dobrou a audiência da Band no horário (de dois para quatro pontos) e vendeu milhares de produtos —1,3 milhão de unidades de 17 criações em variados segmentos, de roupas a discos, passando por bonecas e álbuns de figurinha. Também virou livro e musical.
Adaptação da produção argentina "Floricenta", a trama foi uma aposta da emissora paulista em reativar o seu núcleo de dramaturgia, extinto em 1999 após "Meu Pé de Laranja Lima". O sucesso de outros remakes vindos do país vizinho, como "Chiquititas", do SBT, embalou a ideia.
A história, inspirada no conto de fadas da Cinderella e no clássico "A Noviça Rebelde" (1965), agradou em cheio os mais jovens. "Floribella" teve duas temporadas. Para Juliana, seria possível fazer uma continuação da trama nos dias atuais. "Mas para um público mais velho, na faixa dos 24 aos 34 anos, que viu a novela quando criança". Seria algo na linha da série "Cobra Kai", criado pelo YouTube (e disponível na Netflix), uma espécie de sequência da saga "Karatê Kid" (1984), diz a atriz.
Nesta possível sequência, Juliana diz acreditar que Flor teria se separado do conde Máximo, papel interpretado pelo ator Mario Frias, atual secretário especial da Cultura do governo Bolsonaro, e que entrou na história na segunda temporada após a morte do mocinho Fred. "Acho que ela já teria deixado aquele reino há muito tempo. Ela é muito livre para ficar nessa posição."
COLEGA NO GOVERNO BOLSONARO
"Menina, que loucura, né?!", responde Juliana Silveira quando questionada sobre o ingresso de Mario Frias, seu colega em "Floribella", no atual governo. Embora não tenha votado em Jair Bolsonaro para a presidência e afirme ser #EleNão, a atriz diz torcer para que o ator deixe um ótimo legado na Cultura, "porque estamos precisando".
"Na campanha do nosso atual presidente, ele foi realmente muito equivocado em questões que para mim são importantes em relação à mulher, aos homossexuais, em relação às pessoas que pensam diferente dele. A partir do momento que ele é eleito democraticamente, ele precisa respeitar o eleitor que não votou nele, que não concorda com ele", diz.
A atriz afirma que ainda é cedo para fazer uma avaliação de Frias como secretário especial da Cultura —ele tomou posse em 23 de junho. Ela diz acreditar que o ator esteja apto para o cargo e que é preconceito rotulá-lo como o "menino de Malhação". "O Mario é um cara inteligente, é um bom profissional, um bom colega, posso falar do que conheço dele. Você pode julgar a gestão dele na Secretaria da Cultura? Ainda não, ele acabou de entrar", diz.
PODCAST E NOVOS TRABALHOS
Além de estar de volta em "Floribella", Juliana Silveira pode ser vista na primeira temporada da série "Matches", na Warner, e em "Laços de Família" (2000), novela que está sendo reprisada na Globo em que ela faz pequenas participações como a personagem Patty.
Durante a pandemia, a atriz também gravou a série de suspense em formato de podcast #TdVaiFicar..., escrito pela roteirista Jaqueline Vargas, a mesma autora que adaptou a versão brasileira de "Floribella" (ao lado de Patrícia Moretzsohn). "Ela já tinha esse podcast, aí veio o coronavírus, ela resolveu adaptar a história e coloca a pandemia na trama. Cada ator gravou sozinho a sua parte, em casa", comenta Juliana.
O podcast #TdVaiFicar estreou no dia 28 de agosto e tem um episódio divulgado por semana no site do projeto e em plataformas como Spotify, Deezer e Apple Podcast.