Televisão

Intérprete de Sr. Barriga, Edgar Vivar diz que Bolaños teve visão ao dar prazo para Televisa

Emissora mexicana tinha direitos sobre os personagens até 31 de julho de 2020

O ator Edgar Vivar - Jean Uchoa/Divulgação/ Multishow

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Os fãs do seriado "Chaves", "Chapolin Colorado" e seus derivados ficaram chocados na semana passada quando o SBT, o Multishow e o Amazon anunciaram o fim da exibição dos programas do autor e ator mexicano Roberto Gómez Bolaños (1929-2014).

O "apagão dos episódios" não foi apenas no Brasil, mas sim em todo mundo em países que exibiam Chespirito. Para amenizar os anseios dos fãs brasileiros, o ator Edgar Vivar afirma que tem recebido muitas mensagens do Brasil e torce para que o seriado seja novamente exibido.

"Agradeço a todos os brasileiros pelo carinho e apoio de sempre! Vamos torcer para que essa situação se resolva da melhor forma e possamos voltar a assistir ‘Chaves’ na televisão o quanto antes. Acredito que isso vai acontecer logo. Tenho recebido muitas mensagens dos fãs e estou com vocês. Sintam-se abraçados!", afirma o intérprete de Sr. Barriga e Nhonho à reportagem.

Em entrevista para a Rádio Fórmula, do México, no domingo passado (2), Vivar fez uma revelação que nem os fãs no Brasil, tão apaixonados, faziam ideia: Roberto Gómez Bolaños tinha um acordo com a Televisa de que a emissora mexicana, que produziu os programas, só teria os direitos de usar os personagens e sua criação literária até 31 de julho de 2020.

"Não renovaram esses direitos, a Televisa não quis pagar. Não chegaram a um acordo [a Televisa e o Grupo Chespirito]", disse Vivar. O ator afirmou, ainda, que todos os direitos dos programas voltaram para os herdeiros de Bolaños, um deles, Roberto Gómez Fernandez, filho de Bolaños. "Que visão e inteligência de Roberto [Bolaños] em pôr prazo nisso", disse Vivar sobre o colega, morto há quase seis anos.

O ator afirmou ainda que considera toda essa situação positiva. "Isso é bom porque vai dar a oportunidade para negociar um acordo que já deu muito lucro para a Televisa, milhões de dólares. Nós, do elenco, não vimos grande parte dessa grana."

Vivar diz acreditar que a Televisa tenha prioridade em uma negociação com o Grupo Chespitiro, mas que não há mais exclusividade como antes. "Qualquer canal pode comprar os direitos agora", diz o ator, que contou ainda que soube da suspensão das transmissões por fãs brasileiros do Chesperito Brasil.

Quando perguntado sobre o motivo de a Televisa não aceitar fazer um acordo, Vivar respondeu: "Creio que para eles [Televisa] é um produto fora de moda, pouco rentável." O apresentador do rádio estimou que, só na América Latina, cerca de 100 milhões de telespectadores ficaram órfãos dos programas.

Vivar lembrou que os direitos dos personagens são da família, com exceção da Chiquinha, que gravou com a trupe por mais de 20 anos e ganhou na Justiça o direito de usar sua personagem fora dos programas. Ela é exceção, já que Carlos Villágran tentou, sem sucesso, ter os direitos de seu personagem Quico para se apresentar após o fim das gravações dos seriados.

"Houve uma aproximação de Fernandez com a Chiquinha para uma série biográfica", disse o ator, sem dar detalhes do projeto. Fernandez, o Grupo Chespirito e a Televisa foram procurados, mas não responderam.