Após ser demitido pela CNN Brasil, Leandro Narloch diz que não foi homofóbico
Jornalista foi acusado de homofobia por usar o termo 'opção sexual', e não orientação sexual
Após ser demitido da CNN Brasil, o jornalista Leandro Narloch afirma que não é nem nunca foi homofóbico e que foi vítima da "cultura do cancelamento" que existe atualmente na internet. Na quarta passada (8), ele foi acusado de homofobia após usar o termo "opção sexual" ao comentar sobre a permissão de doar sangue dada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) aos homens gays. O correto é dizer orientação sexual, já que ninguém escolhe a própria sexualidade.
Narloch ainda causou indignação nas redes sociais por tratar os homossexuais como um grupo de risco em relação à Aids e associá-los à promiscuidade. Em suas redes sociais, Narloch lamentou que tenha sido demitido por esse motivo.
"A CNN Brasil comunica que decidiu rescindir o contrato do jornalista e escritor Leandro Narloch. A empresa agradece pelos serviços prestados no período em que ele fez parte de nossa equipe de analistas e deseja sucesso no seguimento de sua carreira", disse a CNN em nota.
"A 'cultura do cancelamento' me pegou. A CNN informou agora que, depois da polêmica desta semana, decidiu rescindir o meu contrato. Lamento pelo motivo. Não sou nem fui homofóbico, tenho horror a homofobia e concordei explicitamente com a doação de sangue por homossexuais", diz ele.
No texto, o comentarista também afirma que se preocupa com o clima da sociedade hoje, "em que é impossível discordar até mesmo de termos ou terminologias sem causar histeria, sem que o outro lado seja considerado um monstro que precisa ser banido".
"Agradeço a todos da CNN e a amigos que expressaram apoio e tristeza pelo que ocorreu. E já antecipo anúncios dos próximos dias: um curso contra a cultura de cancelamento, temas 'sensíveis' e ideias proibidas, e uma frente para preservar a diversidade ideológica e a liberdade do debate", completou.
POLÊMICA
Na quarta-feira (9), após a repercussão do que tinha falado, Narloch disse que não acreditava ser errado usar o termo "opção sexual", embora não tivesse certeza sobre o tema. "Acho que existem as duas coisas: gays e lésbicas que o são por orientação e outros que optaram. Mas não tenho certeza sobre isso, é uma boa discussão para o futuro."
Também reafirmou que vê a nova regra de doação de sangue do STF como muito boa, porque ela "deixa de ser injusta com gays monogâmicos ou que se protegem, que não podem doar sangue enquanto muitos héteros que se expõem a mais riscos podem."
"O que não desmente o fato da prevalência de HIV ser mais alta entre gays. Isso é de conhecimento notório e incontroverso –mudar essa situação é justamente uma das boas bandeiras do movimento LGBT", acrescentou.
Por fim, ele lamentou se o comentário tinha parecido homofóbico ou preconceituoso. "Fiquei muito triste com isso. Não gosto de homofobia e me incomodo bastante em ser rotulado assim."