Mulher adúltera em 'Éramos Seis', Mayana Neiva reflete sobre casamento: 'É muito complexo'
Esposa do comerciante Assad, Karine se evolve com Alfredo (Nicolas Prattes)
Karine é fogosa e não está nem aí para as regras da sociedade em "Éramos Seis", trama das 18h da Globo. "Ela tem zero preocupação. Está ali para tocar o terror, para fazer o que quer”, afirma Mayana Neiva, 36, intérprete da personagem.
"Para mim, isso faz dela meio à frente do tempo para os anos 1930, porque as mulheres daquela época eram muito contidas, repreendidas pela cultura. Já Karine tem uma coisa de sobrevivente mesmo”, completa a atriz.
Depois de anos casada com o libanês Assad (Werner Schünemann), Karine resolve se entregar a uma paixão proibida e se relaciona com o mulherengo Alfredo (Nicolas Prattes). O filho de Lola (Gloria Pires), porém, demonstra não querer nada sério com ela.
"Alfredo quer é ir para mundo [risos]. Acho que ela não esperava ser pega por esse sentimento. Ela estava muito no controle, e o Alfredo começa a descontrolá-la um pouco nesta reta final. Ela se apaixona mesmo por ele, e o fato de ele tê-la abandonado faz com que ela fique meio desestabilizada”, avalia a atriz.
Ela diz ainda que desaprova traições, mas entende que a personagem, naquele momento, precisava de "uma fagulha de vida". "No caso de Assad e de Karine, acho que eles foram cada um para um lado e não se procuraram mais. Na narrativa, ela até procurou bastante por ele, mas o fato é que chegou em um momento em que a vida deles andava muito separada uma da outra."
Sem assumir nenhum romance publicamente desde que terminou seu relacionamento com o chef americano Rich Torrisi, há cerca de três anos, Neiva diz que casamento é uma coisa complexa. "Por ser um projeto de longo prazo, ele tem vários ciclos. É super importante ter confiança e ser ardente também, mas isso muda com o tempo."
"É importante a gente entender que existem ciclos, entender o que você precisa fazer a cada tempo para reativar esse amor, esse calor”, completa Neiva, que depois da novela estreará o longa "O Silêncio da Chuva", dirigido por Daniel Filho, entre outros trabalhos.
Schünemann, 61, brinca com a situação de seu personagem e diz que escutou palavras de apoio do público. "O que podemos fazer? Contra chifre não se pode fazer nada (risos). O Assad mal percebe."
"Acho que a Karine fica fortalecida como personagem a partir do momento que ele fica fragilizado com essa situação. Isso acrescenta a personagem uma dúvida que é muito legal", diz o ator.
Tentando analisar as escolhas de Karine, Neiva ressalta que não concorda com as atitudes da personagem, mas que a diferença de idade entre o casal pode ter sido um dos motivos que atrapalharam a relação.
"Assad é muito voltado aos negócios. Não acho que Karine seja uma pistoleira, mas ela queria estar bem de vida. Aí passa um menino por ela e ela se encanta. Às vezes esse tipo de situação não tem nem um motivo”, acrescenta Schünemann. "Essa coisa de se apaixonar por outra pessoa durante o casamento acontece. A gente só acha que não acontece com a gente (risos)", diz o ator.
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