Em 'Amor de Mãe', Humberto Carrão diz que agente transformador de Sandro é a dona Lurdes
Cada vez menos tímido, personagem entrará em triângulo amoroso
Sandro apareceu como uma incógnita na novela “Amor de Mãe” (Globo). Tímido, reservado, de índole duvidosa, ele foi acolhido por Lurdes (Regina Casé) e sua família e, pouco a pouco, se transformando. Descobriu-se rico, herdeiro da empresa PWA, ficou mais sociável e agora vai se meter em um triângulo amoroso.
Intérprete do personagem, Humberto Carrão, 28, diz que controlou até o sorriso de Sandro no início da trama para deixar evidente as mudanças. "Fiz questão de fazer gestos muito fechados, mostrando dificuldade na aproximação, na fala. Era de propósito. Eu pensava ‘vai ter um dia que ele vai sorrir de verdade, então vou guardar’."
Criado pela traficante de crianças Kátia (Vera Holtz), Sandro foi inicialmente apontado como Domênico, o filho perdido de Lurdes, mas acabou descobrindo que é, na verdade, o filho de Raul (Murilo Benício) e Vitória (Taís Araujo), que a advogada havia abandonado logo após o nascimento.
"No final das contas, ele ficou rico, virar herdeiro da PWA, mas acho que o agente transformador de Sandro é a dona Lurdes, aquele encontro com a dona Lurdes. Aquilo foi muito importante para ele, e ele carrega até hoje, faz questão de dizer que a ama. Acho muito bonito ver as cenas dos dois, quando ele se encontra com a dona Lurdes."
O ator, que visitou o presídio de Bangu na preparação do personagem, também destaca a relação de Sandro com os irmãos como determinantes para ele se abrir mais, e entenda como os irmãos tanto os filhos de Lurdes quanto os irmãos de verdade, Vinícius (Antônio Benício), que morreu na trama, e o pequeno Tiago (Pedro Guilherme Rodrigues).
Agora o personagem enfrentará um novo desafio: lidar também com as crises do coração. Nos próximos episódios, Sandro se aproximará ainda mais de Betina (Isis Valverde), o que vai estremecer sua relação que ainda nem tinha engatado direito com Érica (Nanda Costa), que também retornará ao Brasil.
“A vida amorosa dele também faz parte do mesmo processo. Assim como ele era fechado para tudo, ele era fechado para isso também. Eu gravei uma cena em que ele fala isso, que nunca namorou. Então é uma novidade para ele também, se apaixonar, se perceber nessas situações de início de relacionamento.”
Para Carrão, Sandro terá muita dificuldade em lidar com esse triângulo amoroso. "Ele tem todas as possibilidades do mundo de resolver essa situação, mas não consegue. É muito pouco inteligência emocional, isso vai ficar bem claro, mas ele vai percebendo e amadurecendo. É bonito também que ele passe por isso."
UMA GRANDE FAMÍLIA
Ator desde criança, Humberto Carrão afirma que o mais divertido de fazer novelas é reencontrar pessoas com quem já trabalhou. Em "Amor de Mãe", ele volta a contracenar com um dos atores que mais encontrou em sua carreira: Murilo Benício. Além do diretor José Luiz Villamarim, com quem trabalhou em “Bang Bang” (Globo, 2005-2006).
"Murilo talvez seja a pessoa com quem eu mais tenha trabalhado, dentro e fora da Globo, então a gente tem muita intimidade. Às vezes deve ser difícil até para os outros, porque a gente faz muita piada, muita brincadeira. A Taís, então, a gente não para um segundo. É muito divertido, gostoso, eu adoro vir trabalhar."
A novidade para o ator foi contracenar com Regina Casé, e não faltam elogios a atriz. "Eu nunca tinha trabalhado com ela e foi o máximo. Aquela casa, aquele núcleo da casa dela, a gente se diverte muito”.
Carrão estava longe das novelas desde "A Lei do Amor" (Globo, 2016-2017), mas não parou no período. Ele fez vários filmes, como "Aquarius" (2016), "O Animal Cordial" (2017), "Paraíso Perdido" (2018) e "Marighella" (2019), que após ter sua estreia adiada no ano passado, deverá chegar aos cinemas brasileiros em maio.
"Fazia tempo que eu não fazia novela. Eu fui fazer filmes que me deixaram muito feliz, mas acho legal ter voltado para as novelas, e nessa novela, com esse personagem. Eu gosto muito do Sandro, já sinto que vou sentir saudade dele. Ele é um personagem que ainda não tinha feito na televisão”, afirma Carrão.