Música

Rock in Rio: Saiba como é a experiência de ir ao camarote 'vipão' do festival

É confortável, sim, mas as filas para o bufê de pratos quentes chegam a irritar

Filas para comer nos camarotes no primeiro dia do Rock in Rio 2022 - Graça Paes 2.set2022/AgNews

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Rio de Janeiro

É um fenômeno cíclico. Assim como às vésperas do Dia das Crianças as fotos de internautas em sua versão pirralha aparecem em série nas redes, quando o Rock in Rio aparece no horizonte, não dá outra: imagens de pulseirinhas vip começam a pipocar sem dó nos feeds e stories.

O passaporte para o camarote oficial do evento virou um símbolo de status exibido com gosto entre os convidados, venham eles da cota das empresas patrocinadoras, da família do empresário Roberto Medina ou da lista da promoter carioca Carol Sampaio. É tiração de onda pura mostrar que vai estar naquele bem-bom durante o festival, para onde um convite é vendido por R$ 2.800.

O 'vipão', assim chamado desde 2013, quando vazaram imagens de uma lista de celebridades dividida entre "vipinhos" (que iriam para camarotes menores) e "vipões" (os escolhidos para abrilhantar a área nobre) entrega o que promete: conforto, bufê variado de chef de prestígio (este ano é a Morena Leite, do Capim Santo), open bar e vista para o Palco Mundo.

Mas é preciso dizer que é uma certa batalha para conseguir se servir no bufê. Pelo menos nesta primeira noite de festival –dia das atrações do rock pesado, tradicionalmente um dos mais vazios–, não houve um único momento em que não tivesse uma loooonga fila para se servir. Fez bem quem optou pelas ilhas de pratos frios, que estavam vazias e serviam comidinhas como salada de melancia com queijo de cabra e hortelã, ceviche de peixe branco com coco e palmito pupunha, frios fatiados e pães caprichados.

Os bares são muitos. Bem espalhados e bem servidos, com garçons e garçonetes bonitos e que falam a língua de muitos ali. "Vou dar um chorinho pra tu, morena", engraçou-se um dos funcionários, aumentando a dose de gin da moça que lhe pediu uma taça de drinque.

Os intervalos entre os shows são animados por um músico que, à la Roberto Carlos, dedilha um piano branco. Assim como os garçons, ele é jovem e bonito. Toca clássicos do rock nos teclados e bota muita gente para dançar no camarote, esquentando um pouco o ambiente, gélido para os padrões cariocas (20 graus), e ainda mais frio por causa do ar-condicionado no talo.

A entrada no espaço VIP pode ser meio estranha, é bom saber. Atravessa-se uma espécie de túnel, com lojinhas de patrocinadores em sequência, como numa galeria comercial. O ambiente é escuro e o teto baixo, o que pode dar uma certa agonia em quem tem um pezinho na claustrofobia.

Ao longo deste corredor, funcionários animados sorriem e te oferecem ambientes instagramáveis para fotos e alguns brindes (uma bolsinha porta-celular da Kit Kat foi o item mais disputado da noite "dos metaleiros"). Ao fim da uma reta, onde há banheiros enormes com cabines bem pequenas, chega-se às escadas que levam à área vip mesmo. É lá que estão, além dos bufês e bares, alguns ambientes com sofás, poltronas e pufes para descansar.

Há bares e mesinhas também do lado de fora, onde há uma gigantesca varanda com piso recoberto de grama sintética e vista para o palco Mundo. Ele poderia estar mais perto e mais frontal, é verdade, mas
telões cumprem a função de mostrar os shows com seus detalhes incaptáveis a olho nu.

Bebe-se de tudo e muito por lá. Gin, cerveja, espumante, uísque em copo que pisca... Garçons também servem salgadinhos fritos –coxinha muito boa–, numa mordomia a mais para os vipões, que só não têm acesso a uma área naquele espaço: a "sala do Medina".

Trata-se de um espaço vip-vip para convidados especiais da família do empresário criador do festival. É para lá que vão também as celebridades que querem "mais privacidade" num evento ultramidiático como o Rock in Rio. É um microcosmo do camarotão, onde seguranças respondem assim a convidados "comuns" que ousam perguntar se é possível entrar: "Sem chance".