Música

Queen e Iron Maiden foram os melhores shows do Rock in Rio para leitores da Folha

Festival acontece no Brasil desde 1985 e já trouxe série de bandas icônicas

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Americana (SP)

Os shows de Queen e Iron Maiden, em 1985, e de Guns N'Roses, em 1991, foram as performances mais memoráveis do Rock in Rio, para leitores da Folha.

"Me lembro como se fosse ontem a expectativa para o show do Queen na primeira edição do Rock in Rio. Pela primeira vez, o Brasil entrava no roteiro dos grandes artistas mundiais. Escolhi essa noite porque teríamos, além do Queen e seu espetacular show com a inesquecível 'Love of My Live', também Iron Maiden e Whitesnake, os maiores da época", contou o jornalista Dário Régoli, 55, de São Paulo (SP).

"Ao contrário do que dizem hoje, o Rock in Rio nunca foi só rock. Sempre foi diverso, mesmo na primeira edição, que misturou heavy metal com Ney Matogrosso. O primeiro Rock in Rio tem toda essa devoção porque foi o primeiro e por ter trazido para nossa república bananeira astros de tamanha grandeza, que só víamos pela TV."

A edição 2022 do Rock in Rio ocorre do dia 2 ao 11 de setembro, na Cidade do Rock, no Rio. O line-up inclui bandas e artistas como Green Day, The Offspring, Capital Inicial, Coldplay, Djavan, Ivete Sangalo e Dua Lipa, além dos veteranos Iron e Guns.

Leia a seguir os relatos enviados pelos leitores,

O leitor Adonai e seu filho acompanham show do Queen no Rock in Rio, em 2015 - Adonai/Leitor


Queen, que começou em 1985 e terminou em 2015, desta feita na companhia do meu filho, que tinha apenas oito anos.

Adonai, 55, professor (Rio de Janeiro, RJ)

O leitor Evandro Aguiar Barbosa, 49 - Evandro Aguiar Barbosa/Leitor

Era janeiro de 1991, eu faria 18 anos em algumas semanas, por isso precisei de autorização dos meus pais para viajar. Saí de Timóteo (MG) e viajei a noite toda com alguns amigos e praticamente não dormi. Fomos na noite do metal. Entre as atrações estavam Sepultura, Lobão, Megadeth e o Guns N'Roses, que era a maior banda de rock da época.

No entanto, o show mais marcante foi do Judas Priest. Rob Halford entrando de moto no palco, sua voz marcante, as duas guitarras insanas e a bateria explosiva me deixaram impressionado. Nunca antes eu havia presenciado uma energia tão grande em um show. Na volta, com as passagens quase ilegíveis devido ao suor, quase não conseguimos embarcar de volta. Foi um perrengue danado, mas valeu a pena.

Evandro Aguiar Barbosa, 49, analista de laboratório (São Mateus, ES)

Foi tudo muito emocionante, visto que nunca a gente teve um festival com tantas bandas internacionais de peso. Momentos marcantes não faltaram, como ver centenas de pessoas dançando new wave na lama ao som do B52's ou ver um casal fazendo amor debaixo da arquibancada de um dos telões, enquanto os Scorpions desfiavam o hit "Still loving you". O show final do Yes foi realmente apoteótico, e na última queima de fogos ao som do hino do Rock in Rio, todos demos as mãos e cantamos o refrão, em uma mistura de alegria e tristeza pelo fim de uma jornada de 10 dias de muita música sem nenhuma confusão.

O momento que me arrepia até hoje: o show do Barão Vermelho terminou com "Pro dia nascer feliz", o que incendiou o público com algo mais do que uma boa letra e uma melodia empolgante. Eram tempos totalmente influenciados pelo movimento das Diretas Já, e todos sonhavam com dias mais felizes. Cazuza se despediu falando "Valeu! Que o dia nasça lindo pra todo mundo amanhã, com o Brasil novo, com a rapaziada esperta!". Gente, a eletricidade correu naquele lugar!

Eduardo Sorrentino, 59, jornalista (São Paulo, SP)


Bruce Springsteen em 2013. Show impecável, sem defeitos, carismático, e ele ainda cantou Raul Seixas em português.

Gustavo Elesbão da Silva, 27, comprador (Itapira, SP)

Queen se apresenta no Rock in Rio, em 1985 - Massimo Chiozzi/Leitor

Assisti aos últimos quatro dias do primeiro Rock in Rio, de 1985. Momento inesquecível na minha vida. Os shows do Queen, do Yes e do AC/DC foram os que mais gostei.

Massimo Chiozzi, 62, engenheiro (Natal, RN)

Fui a algumas edições do Rock in Rio, onde assisti a shows memoráveis. O show pelo qual mais guardo lembranças foi o do Guns N'Roses, na segunda edição do festival, no Maracanã, em janeiro de 1991. A performance da banda foi exatamente como eu via na MTV. Os agudos estridentes do Axl Rose eram exatamente como se ouvia no rádio. Os riffs da guitarra do Slash, ao vivo, eram exatamente como estava armazenado na minha memória auditiva.

A atmosfera roqueira era tão grande e tão extasiante que pouco importava o incômodo do espaço apertado na plateia e tampouco o cheiro peculiar que impregnava as nossas narinas da fumaça produzida pelos usuários de cannabis. Eu ainda não conhecia todas as músicas do setlist do show que teve como base o álbum duplo "Use Your Illusion", mesmo assim cantei a pleno pulmões, com o meu inglês rasteiro da época, sucessos entre outros como "You could be mine", trilha de sucesso do filme "O Exterminador do Futuro 2".

Edson Paulo de Souza, 54, jornalista (Gravataí, PR)

Rihanna, nas edições de 2011 e 2015. Em 2011, a cantora foi anunciada como co-headliner e devido ao crescimento exponencial dela no país foi promovida a headliner (atração principal) dias antes do começo do festival.

Em 2015, ela entregou um show memorável em que trocas de roupas, grandes cenários e superproduções não foram necessários. Era ela, a banda afiada e o público. Foi o show mais assistido da edição, com recorde de vendas superado só agora.

James, 21, estudante (Rio de Janeiro, RJ)

Pabllo Vittar e Fergie se apresentam no Rock in Rio - Nicolas Santos Batista/Leitor

Estive presente nas edições de 2015 e 2017 do Rock in Rio. Em 2015 fui prestigiar Queen e Adam Lambert e me surpreendi positivamente não só com a performance eletrizante do vocalista, mas também com o show de abertura em homenagem aos 30 anos de festival com os maiores monstros da música nacional que já passaram pelo palco.

Porém, ver Fergie cantando ao lado de Pabllo Vittar em 2017 foi sem dúvidas a sensação mais marcante que já tive em um show internacional. Assistir à drag queen, que estava em seu momento de auge, performar a música "Sua Cara" e sentir o chão tremer enquanto o público gritava ensandecido é definitivamente a história que conto para todos as pessoas quando falo sobre minha experiência na Cidade do Rock.

Nicolas Santos Batista, 28, publicitário (Jundiaí, SP)

A leitora Giulia (de óculos), no Rock in Rio 2017 - Giulia/Leitora

Aerosmith 2017. Desde dos meus 8 anos amo eles e poder estar lá cantando, gritando, pulando foi mágico. Fui com minha irmã, era o único jeito de meus pais deixarem. O combinado foi ela ir comigo no dia do Aerosmith e eu ir com ela no dia do Red Hot Chili Peppers.

Giulia, 28, designer (Curitiba, PR)

1985. Imaginem o que representava para um jovem de 20 anos crescido sob a influência do rock "raiz" estar frente a frente com seus ídolos. Foi uma maratona de shows, não dava para assistir a todos. Mas foi o Iron Maiden que mais me impressionou, com seu profissionalismo e a capacidade de envolver a plateia, com direito até ao inusitado momento em que o cantor machuca seu rosto ao manipular a guitarra. Fotos? Não tenho. Afinal, sem celular, íamos ao show só para curtir, não para fotografar freneticamente como hoje.

Sem celular, íamos ao show só para curtir, não para fotografar freneticamente como hoje.

Jefferson Vieira

Funcionário público, São Paulo (SP)

Jefferson Vieira , 57, funcionário público (São Paulo, SP)

Slipknot, o mais intenso e insano show que presenciei, apresentação espetacular! De marcante, houve o lendário salto que um dos integrantes da banda fez sobre o público, além do solo de bateria alucinante.

Antonio Gasparetto Júnior, 36, professor (Juiz de Fora, MG)