Jão diz que sempre quis um clipe despretensioso e elege cena mais difícil
Cantor virou personagens icônicos no clipe de 'Idiota', lançado nesta 4ª
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O clipe da música "Idiota", do cantor Jão, 27, lançado nesta quarta (9), deve levar os fãs a uma viagem por histórias de amor icônicas do cinema. No vídeo, ele vira personagens de filmes como "10 Coisas que Eu Odeio em Você" (1999), "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005) e "Homem Aranha" (2002).
Jão queria um clipe despretensioso, divertido e no qual tivesse oportunidade de ser mais performático. Ele diz que não se lembra de onde surgiu a ideia de usar casais icônicos, mas tem a ver com o sentimento nostálgico da letra da música. "E também porque as coisas não terminam bem para muitos deles", diz rindo.
Apesar do medo de atuar, o cantor afirma que foi "muito gostoso" fazer expressões e outras coisas que geralmente ele não tem oportunidade. A pior cena não é surpresa. Ele avalia que foi a imitação de Homem-Aranha, na sequência em que ele beija Mary Jane de cabeça para baixo, preso por cordas. Segundo o artista, foi doloroso.
"Eu estava com uma máscara sem respirar direito, chovendo na minha cabeça e tinha que beijar em cena. Eram muitas coisas para o meu cérebro computar", diz Jão. Ele acrescenta ainda gargalhando que se assistir com a roupa colada ao corpo e pendurado é "completamente humilhante".
A direção do clipe é de Pedro Tófoni, amigo de Jão e um dos incentivadores de sua carreira musical. O diretor o conhece desde quando músico tinha 17 anos, quando deixou Américo Brasiliense, no interior paulista, para cursar publicidade e propaganda na USP (Universidade de São Paulo). "Eu me formei entre um show e outro", brinca ele.
Jão, no entanto, tem essa proximidade com praticamente toda sua equipe. Segundo ele, todos se conhecem desde os tempos da faculdade, o que o cantor afirma dar um "gostinho especial" ao seu trabaho. "A gente sonha tudo muito junto, a conquista de gravar um clipe, de fazer um show. No fundo, todo mundo comemora da mesma maneira, o mesmo objetivo."
Mas a música chegou à vida de Jão muito antes da faculdade. Foi ainda na infância ao lado da irmã mais velha que o chamava de Jão –o nome verdadeiro do cantor é João Vitor Romania Balbino. Ele diz que os dois sempre foram "meio palhaços de circo" e gostavam de fazer teatro e cantar. "O pai adorava levar a gente para casa dos outros e falava ‘canta aí qualquer música’’’, recorda ele rindo.
Jão começou a levar a música um pouco mais a sério na adolescência quando costumava ouvir os discos que a mãe tinha em casa, como "Memórias Crônicas e Declarações de Amor", da cantora Marisa Monte. "Eu adorava as músicas e não entendia quase nada porque têm umas letras bem complexas."
Nesta época, ele começou a cantar na escola e a participar de festivais. Só deixou a música um pouco de lado durante a preparação para o vestibular. "Os meus pais eram muito tranquilos, eu tive uma criação muito livre com tudo, mas eles tinham uma questão com a educação, porque tiveram pouquíssimas oportunidades na vida."
Mas Jão não reclama da cobrança que recebeu dos pais para estudar porque ele entende que, se não tivesse feito a universidade, não teria conhecido os amigos que fazem parte da equipe que trabalha com ele até hoje. "Eu acho que é uma caminhada que fez muito sentido."
Antes mesmo do lançamento do clipe, a música "Idiota", que faz parte do álbum "Pirata", lançado em outubro do ano passado, já era sucesso com mais de 25 milhões de streamings. Também já estava no Top 20 do Spotify no Brasil e em Portugal e figurava no ranking global das virais na plataforma.
O álbum "Pirata", o terceiro da carreira do cantor, foi produzido durante a pandemia de Covid e as músicas foram escritas nesta mesma época. Ele fala que foi um período em que conseguiu ter uma rotina mais regrada porque não podia fazer shows com tudo parado. "Pude me dedicar às coisas com um tempo maior do que geralmente acontecia."
Agora, o cantor se prepara para começar a turnê do álbum em março. Segundo ele, serão apresentações no país inteiro, além do show que fará Lollapalooza, em março. As apresentações em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Paraná já estão com ingressos esgotados. "Para mim, o produto oficial e principal da minha carreira é o show."