Tony Goes

Marina Provenzzano, a Brites da série 'Fim', conta como foi gravar uma cena de orgia

Atriz também já tem diversos outros projetos prestes a serem lançados

Marina Provenzzano nos bastidores da série 'Fim' - Andre Mantelli/Divulgação

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Baseada no livro de Fernanda Torres, a minissérie "Fim" chegou ao, aham, fim. Nesta quarta, (22) o Globoplay liberou os dois últimos dos 10 episódios. É um dos melhores produtos da teledramaturgia brasileira do ano, com texto afiado, direção precisa, impressionante reprodução de época e atores em estado de graça. Marjorie Estiano e Bruno Mazzeo ganharam os melhores papéis de suas vidas, e deverão ser lembrados nas premiações do final do ano.

Em meio a tantos atores consagrados, algumas caras novas se destacam. Ou relativamente novas, como Marina Provenzzano, que, com pouco mais de 10 anos de carreira profissional, já trabalhou em filmes como "O Grande Circo Místico", de Cacá Diegues, e séries como "Impuros" ou "Todas as Mulheres do Mundo".

Foi nas gravações de "Todas as Muheres" que Marina conheceu Fernanda Torres. As duas se deram bem e Nanda logo percebeu que Marina poderia ser a Brites da versão para a TV de seu livro "Fim".

Depois de alguns testes, Marina conseguiu o papel. Ao receber o roteiro da série, percebeu que Brites aparecia em 7 dos 10 episódios, mas tinha relativamente poucas falas.

Uma conversa com os diretores Andrucha Waddington e Daniela Thomas a convenceu de que, mais importante do que a voz de Brites, era sua presença física em cena: um corpo político, quase sempre nu, fora do padrão atual imposto pelas academias, com axilas não raspadas debaixo do braço.

Brites é amiga de Susana (Taina Medina) que, depois de um namorico com Ribeiro (Emílio Dantas), se engraça com o mais cafajeste do grupo de cinco amigos, Sílvio, vivido brilhantemente por Bruno Mazzeo. Brites vai a tiracolo. Sílvio rejeita os filhos, cheira e bebe sem parar e só pensa em se divertir. Tem uma grande "garconnière" no centro do Rio, onde promove festinhas de embalo.

"O Silvio é honesto", afirma ela. "Ele não promete nada para ninguém". Os três formam um trisal, mito antes do termo entrar na moda. Essa sinceridade agrada à dupla formado por Susana e Brites, dispostas a experimentar de tudo e a não se imporem limites.

Um desses limites é a cena da orgia, ocorrida na área VIP de uma grande festa. Ao redor de um bar requintado, alglomeram-se pessoas em diferentes estágios de nudez e bebedeira, inclusive nosso querido trisal. Pergunto se a gravação de uma cena tão delicada precisou de um coordenador de intimidade, um profissional especializado em deixar atores à vontade em cenas de nudez, cada vez mais frequente nos sets de filmagem.

"Você sabe que, no fim, não teve isso. Teve até duas pessoas que eu amo e admiro muito, o Renato Linhares e o Carlos Cárdenas. Renato e eu somos até da mesma companhia de teatro. São grandes artistas. Eles fizeram um trabalho muito legal de ensaio. Mas, enfim, como são pessoas muito feras, a gente trabalhava muitos acordos no meu núcleo. No caso, eu, a Tainá Medina, que é a Suzana", prossegue Marina. "Carlos coreografou aquilo tudo para a cena da suruba. E a forma como ele tratava o figurante? Ele sabia nome de todo mundo".

Renata lembra de outra cena engraçada gravada numa pedreira perto dos Estúdios Glob. A cordilheira dos Andes foi aplicada depois, mas as lhamas que aparecem em cena são todas verdadeiras. Vendo a cena no ar, o espectador tem a sensação de que os atores foram mesmo à Bolívia

Comento que Brites e Susana são o casal com os menores conflitos de toda a série, pois são sinceras uma com a outra. Não discutem nunca, não brigam nem se separam, estão sempre de acordo. Mais velha, Rita se torna traficante, e Susana sai correndo para salvar a amiga no primeiro apuro.

O papel de Brites deu uma grande visibilidade a Marina Provenzzano, que já tem diversos outros projetos engailhados. No começo do ano deve sair o filme "Aumenta que Isso Aí É Rock’n’Roll", uma biografia dirigida por Tomás Portella da rádio Fluminense, "a rádio Rock". Depois vem a série "Suíte Magnolia", de Hamilton Vaz Pereira, que deve estrear no Canal Brasil.

Também há o recém-filmado "Homens de Ouro", de Mauro Lima, sobre Mariel Mariscot, líder de um esquadrão da morte que se tornou famoso e namorou diversas celebridades. Marina faz Ornella, uma jornalista italiana que se envolve com Darlene Glória, uma das muitas amantes de Mariscot.

Esse papel caiu nas mãos de Marina porque ela é filha de pais italianos e fala italiano fluentemente. Ela não esconde o sonho de filmar na Itália, país onde já morou um tempo.

Mas, por enquanto, as coisas vêm acontecendo aqui no Brasil, onde os convites não param de chegar. Ainda veremos muito de Marina Provenzzano no ano que vem.