Fred Nicácio transforma eliminação em momento de glória pessoal
Desafio do programa agora é manter o pique da Semana Turbo
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"Aaaaai que delíciaaaa", exclamou Fred Nicácio, de braços abertos e sorriso rasgado no rosto. "Ai que delícia, galera", reiterou ele, antes de engatar uma interpretação a capella de "Dona de Mim", hit da cantora Iza.
Foi com esta performance esfuziante que o dermatologista encerrou sua participação no BBB 23. Eliminado com 62,3% dos votos –um percentual bem mais alto do que previam as enquetes online, onde a disputa com Cara de Sapato parecia ser bem mais acirrada–, Nicácio conseguiu transformar sua saída do programa num momento de glória pessoal, condizente com sua narrativa de superação e triunfo.
"Que experiência incrível", arrematou ele, antes de partir radiante para o encontro com Tadeu Schmidt. Mas havia um quê de forçado em suas gargalhadas. Fred Nicácio construiu para si mesmo um personagem: lindo, forte, autoconfiante, vencedor. Ele mesmo admite que não tem tanta autoestima assim, mas é patente que descobriu uma maneira de se blindar contra as intempéries da vida.
Uma personalidade assim parece talhada para participar de reality shows, e o fato é que Nicácio fará falta no BBB 23. Mas ele deu o azar de ir para um paredão que, não fosse por uma trapaça do destino, teria eliminado a vilazinha Key Alves do programa.
E assim terminou a Semana Turbo, que teve dois líderes, dois paredões e muita agitação. Em termos de audiência, deu certo: pela primeira vez nesta temporada, o BBB 23 manteve uma média de 20 pontos no Kantar IBOPE na Grande São Paulo.
Mas agora Boninho e sua equipe têm o desafio de manter esse pique daqui para a frente. Não vai ser fácil.
A 23ª edição do Big Brother Brasil não vem alcançando a mesma repercussão que suas antecessoras imediatas, por razões que vão do arrefecimento da pandemia à ausência de um fenômeno de popularidade entre os participantes. Não surgiu nenhuma Juliette, nenhum Gil do Vigor, nem mesmo um Arthur Aguiar.
A solução talvez seja sair da rotina. Quebrar a sequência previsível de "prova do Líder – festa – formação de paredão – Jogo da Discórdia – eliminação", com o Anjo e o Monstro aí no meio. O público já sabe em quais dias da semana deve assistir e em quais pode mudar de canal.
Também seria interessante dar mais sustos nos brothers. Talvez trazer um novo participante, só que falso? O intruso movimentaria a casa com intrigas, mas não estaria concorrendo ao prêmio final nem poderia ser eliminado.
O BBB 23 ainda não chegou nem à metade, mas é óbvio que o formato dá sinais de cansaço. A Semana Turbo mostrou, no entanto, que ainda é possível tacar fogo no parquinho. Que venham mais incêndios, para o bem do espectador e da própria Globo.