Thiago Stivaletti

'Alô alô, ai que loucura, graças a Deus!'

Encontro de Narcisa e Inês Brasil no Lady Night foi de longe o momento mais surtado da televisão brasileira nos últimos anos

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Narcisa Tamborindeguy e Inês Brasil: histéricas e infantilizadas, porém muito divertidas - YouTube/Multishow

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Eu sei, a internet já falou do assunto à exaustão, e dezenas de memes foram produzidos. Mas tá difícil superar o encontro de Narcisa Tamborindeguy, a socialite mais doida do Rio de Janeiro, com Inês Brasil –influenciadora, youtuber, cantora, dançarina e o que mais aparecer.

Esse encontro não tinha melhor lugar para acontecer: o Lady Night de Tata Werneck, templo da histeria e dos diálogos que acontecem à velocidade da luz, puxados pelo modo "áudio 4x" da apresentadora. O encontro durou apenas dez minutos de um total de 43 do programa. Mas foram os dez minutos mais surtados dos últimos anos, uma breve volta à TV sem limites dos anos 1980 e 1990.

Eram os tempos da Banheira do Gugu, do sushi erótico do Faustão, de Rodolfo e ET, da princesa Carola entregando os podres do Chiquinho Scarpa no programa do Leão.

A conexão começou por um dado que parece ter escapado aos roteiristas do programa: as duas nasceram no mesmo dia, 25 de outubro, com apenas três anos de diferença. São escorpianas dos primeiros dias do signo, e provavelmente dividem outras casas da loucura no mapa astral.

"Sabe quem mais é desse dia??!! Pablo Picasso, você sabia??! Pablo Picassooooo, o maior artista mundial!!", gritava Narcisa para sua nova irmã de alma.

Narcisa e Inês Brasil conseguiram provar que a tarja preta, no Brasil, não é privilégio de classe. Vai da alta sociedade carioca ao povão que se vira nos 30 para sobreviver. "Loucura não tem cura!", "Flying high!", "Ai que verde, aí que orgânico!", são alguns dos mantras dadaístas da nossa socialite pop.

Na outra ponta, Inês se esforçou em contar detalhes dos seus anos como "a maior prostituta da Alemanha", mas os detalhes mais sórdidos nos foram vetados pelo famoso "piiiii!" que encobriu suas falas impróprias na edição final.

Outro grande elemento em comum entre as duas novas irmãs logo apareceu na conversa (ou melhor, nos dois monólogos) que quase não incluiu Tata: Boninho, o ex-manda-chuva do Big Brother Brasil.

Enquanto Inês, que ficou famosa ao gravar um vídeo se candidatando ao BBB 13, refazia diante da plateia o momento em que se oferecia ao Big Boss, Narcisa, ex de Boninho, com quem teve sua primeira filha, gritava "Misérable! Misérable!" ao fundo.

Se a primeira sonha há décadas com um minuto da atenção de Boninho, a segunda é um pote até aqui de mágoa com o ex.

Não sei se Narcisa e Inês são a cara do nosso povo, mas com toda a certeza são a cara da nossa TV aberta: histéricas e infantilizadas, porém muito divertidas. As duas são anárquicas demais para o BBB, mas a Record faria muito bem se produzisse uma edição especial de A Fazenda com as duas. Para tacar mais fogo no parquinho, podem chamar a Damares, o Cabo Daciolo, a Susana Vieira, o Pablo Marçal. Vai ser impossível desligar a TV.