Na treta entre a ex-global Laila Zaid e Virgínia Fonseca, não torço nem pela briga
Atriz e ativista ambiental questionou a decoração de Natal nababesca da influenciadora
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Por que Virginia Fonseca ficou tão rica e famosa? Eis um dos maiores mistérios da humanidade desde a extinção dos dinossauros. Já perguntei a amigos, parentes, jornalistas e estrategistas, mas ninguém conseguiu me explicar.
A melhor resposta veio de uma inteligência artificial, que apontou uma combinação de presença digital, parcerias estratégicas e talento empresarial. Mas, na prática, já não faz diferença. O público se acostumou a acompanhar sua vida familiar, transmitida como um reality show constante, e parece apreciar sua ostentação sem fim.
Quer dizer, nem todo mundo. A atriz Laila Zaid (prazer, Laila!) fez um vídeo no Instagram questionando a decoração de Natal nababesca da influenciadora.
Se você ainda não viu o vídeo, clique no link e assista, como eu fiz, depois de ouvir sobre o caso em conversas de cafezinho.
Laila, que é ativista ambiental, reconheceu que a decoração era "linda, porém over" e pediu ajuda dos universitários (e comentaristas) para entender o conceito daquele "shopping center natalino".
Os comentários, como sempre, se dividiram. Muita gente defendeu Virginia, ressaltando que, no sistema capitalista, ela tem todo direito de gastar seu dinheiro como quiser. Outros destacaram seu sucesso financeiro, enquanto alguns fizeram observações antropologicamente curiosas, como a ideia de que milionários que praticam filantropia têm vaga garantida no "céu dos bonzinhos".
Houve também quem concordasse com Laila, criticando o custo energético de tantas luzes e questionando a necessidade de tamanha opulência para celebrar o nascimento de um menino humilde numa manjedoura.
Foram mais de 50 mil comentários —sem contar as conversas fora das redes.
Pessoalmente, acho que cada um tem o direito de gastar o próprio dinheiro como bem entende, desde que pague seus impostos. Virginia também pode exibir o que quiser em suas redes, independente do bom ou mau gosto. Por outro lado, Laila tem todo direito de comentar e pedir opiniões sobre o que quiser. Não a conhecia antes disso e até achei que sua abordagem tinha um toque à la Jout Jout — só uma impressão.
De fato, concordo que existe um conflito cognitivo ali: o espírito da ocasião contrasta com a extravagância do parque temático natalino de Virginia.
Mas, nessa intriga online, não torço por nenhum lado. Nem pela briga, nem pela influenciadora, nem pela ex-global. Torço para que cada um ganhe consciência e faça boas escolhas para sua própria vida.
A vida, os bens e as redes de Virginia são coisas para serem vistas, consumidas e descartadas. A gente vê, segue em frente e vive nossa própria vida, sem cair na ilusão de que vai ficar rico ou famoso assistindo a todos os vídeos dela ou comprando sua maquiagem.
Torço para que despertemos e lutemos no mundo real, porque é aqui, fora das telas, que a vida acontece. Torço para que as pessoas se iluminem, seja com a luz da consciência, do sol, do lustre ou das luzinhas da decoração de Virginia.