Justin Bieber: Um ídolo, mas humano como todos nós
Ator levantou público no Rock in Rio após problemas de saúde e boatos de cancelamento
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O mundo descobriu a brasilidade de Justin Bieber, que vem da fonte mais clássica das piadas da nossa cultura: a sogra.
Sim, a mãe de Hailey Bieber, com quem Justin é casado desde 2018, é a designer gráfica mineira Kennya Baldwin, filha única do famoso compositor, arranjador e pianista Eumir Deodato. Para quem não sabe, Deodato é um dos nomes do movimento da Bossa Nova, conhecido por ter feito arranjos para artistas, entre eles Wilson Simonal e Tom Jobim. No final dos anos 60, Eumir mudou-se para os Estados Unidos e trabalhou com expoentes como Frank Sinatra e Tony Bennett. E, se você procurar na Wikipedia, vai descobrir que o avô de Hailey Bieber fez também o arranjo de uma das canções mais famosas de Robert Flack, "Killing me Softly with his Song".
Foi a sogra que apresentou Bieber para alguns de nossos orgulhos culinários, como a farofa, o pão de queijo, o brigadeiro e a feijoada. Não sei se em suas várias visitas ao Brasil Justin já provou um bom pastel de feira, mas fica a dica para a próxima vez que o canadense vier ao nosso país.
E não é só pela família de Hailey que Justin já parece um brasileirinho, no comportamento como artista também. Chegou em cima da hora, quase não veio para o Rock in Rio e acabou virando meme, com aquela carinha de má vontade sob o gorrinho cor-de-rosa. Para fazer seu show no palco Mundo, fez algumas exigências, como antecipação do horário, pausa na tirolesa que passa na frente do palco, uma banheira de gelo, 12 salas para toda sua equipe. Foi atendido e cumpriu o contrato. Mesmo sob rumores de cancelamento, cantou as 22 canções, gerando coros belíssimos de quase cem mil fãs. Também falou de D'us, de justiça, igualdade, do absurdo que é o racismo e disse que reza pelo Brasil.
Pois nós também pedimos por Justin. Em junho o artista revelou em seu Instagram que estava com paralisia facial de um lado do rosto, decorrente de uma condição chamada Síndrome de Ramsay Hunt, uma espécie de sequela causada pela ação do herpes-zóster. Seus mais de 256 milhões de seguidores ficaram preocupados. Felizmente, ele melhorou nas semanas seguintes. E assim a Turnê Mundial de Justice foi agendada, com show até março de 2023, passando por 30 países.
Resta saber se ele vai ter saúde física e mental para cumprir toda essa agenda —os shows em São Paulo já foram cancelados. Sempre gostei de Justin Bieber, desde que ele surgiu como artista, ainda menino e fofo. Acompanhei sua carreira meteórica, suas canções, seu sucesso que o levou a cantar para Barack Obama. Acompanhamos Justin virando adolescente e adulto, sempre diante de nossos olhos. Torço por ele e espero que esse contato com um pouco de Brasil o contamine com nossas maiores virtudes, o bom humor, a leveza, o jogo de cintura, a vocação para sobreviver a tudo.
Se D'us for mesmo brasileiro, ele vai ouvir as nossas preces e vamos melhorar. E Bieber vai também.