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Os sucessos que estão ajudando a Netflix a superar perda de assinantes

Atores Gaten Matarazzo, Finn Wolfhard e Sadie Sink na quarta temporada de 'Stranger Things' - BBC News/Netflix

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Depois de sustos no primeiro semestre deste ano, a Netflix anunciou que parou de perder clientes e adicionou 2,4 milhões de assinantes à sua base entre julho e setembro.

A gigante do streaming vinha acumulando perdas depois que aumentou o valor de suas cobranças em vários mercados importantes onde atua, fora outras dificuldades como a forte concorrência e o aumento do custo de vida em partes do mundo.

Sucessos como "Stranger Things" e "Dahmer: Um Canibal Americano" ajudaram a atrair os espectadores de volta à plataforma. No Brasil, a empresa exaltou a performance da série "Sintonia", cuja terceira temporada gerou 38 milhões de horas assistidas.

"Após um primeiro semestre desafiador, acreditamos que estamos no caminho para reacelerar o crescimento", disse a empresa em carta aos investidores na terça-feira (18).

A empresa disse que espera continuar incorporando novos assinantes nos próximos meses. Ela também está lançando uma série de mudanças com o objetivo de restabelecer sua fortuna, incluindo o lançamento no próximo mês de uma opção mais barata de assinatura com anúncios.

Novas cobranças em contas compartilhadas, algo que já está sendo testado em partes da América Latina, começarão a ser implementadas de forma mais ampla no início de 2023.

Essa semana, a empresa já havia anunciado que criou uma maneira de transferir informações dos perfis dos usuários, como históricos e preferências, para novas contas —caso uma pessoa, por exemplo, queira mudar de um perfil compartilhado para um individual.

Alguns analistas avaliam que essas mudanças devem ajudar os cofres da empresa, mas muitos continuam duvidando que ainda haja espaço para ela crescer, especialmente em mercados essenciais como os Estados Unidos, onde grande parte da concorrência também viu uma estagnação de assinantes nos últimos meses.

As assinaturas na região Ásia-Pacífico impulsionaram o crescimento no trimestre mais recente, elevando seu total de assinantes para acima de 223 milhões, disse a Netflix.

"Eles continuarão a ter mais assinantes nos EUA do que a maioria, mas no que diz respeito à fatia geral do bolo, será difícil realmente crescer", explicou Wade Payson-Denney, da Parrot Analytics, uma empresa de dados que acompanha a demanda do público nesse segmento.

Atualmente, a Netflix responde por 8,2% de todo o tempo de exibição de vídeos no Reino Unido e 7,6% nos EUA, segundo escreveu a gigante do streaming em seu último balanço financeiro. Ela está empatada com o YouTube nos EUA, mas bem à frente de rivais como Amazon e Disney.

Séries da Netflix, como "Cobra Kai", "Stranger Things" e "The Crown", também continuam a dominar as listas dos programas de streaming mais populares.

Mas após um boom durante a pandemia, veio um período de maiores dificuldades. As ações da empresa caíram significativamente nos primeiros meses deste ano, levando-a a cortar empregos e a estender o lançamento de programas de sucesso, como "Stranger Things", que teve sua última temporada lançada em dois momentos.

Com os anúncios dessa semana, as ações da Netflix saltaram mais de 10% nas negociações após o expediente (after market). Os executivos da plataforma argumentaram que estão à frente da concorrência em descobrir como criar produtos e obter lucro.

"É difícil construir um negócio de streaming grande e lucrativo —nossa melhor estimativa é que todos esses concorrentes estão perdendo dinheiro no streaming", escreveu a Netflix.

Este texto foi publicado aqui.