Quando a primeira "Gossip Girl" estreou na TV americana, Savannah Lee Smith, 21, tinha 7 anos. A atriz, que vive a ardilosa Monet de Haan na nova versão da série, conta que na época não foi fisgada pelos perrengues chiques de Serena van der Woodsen (Blake Lively) e companhia.

"Eu era muito nova para ser obcecada pela trama", lamenta em entrevista com a imprensa internacional, para divulgar os episódios inéditos, que voltam à HBO Max a partir desta quinta-feira (25). "Depois, quando entrei na faculdade há alguns anos, eu descobri a série e, aí sim, fiquei tão obcecada quanto todo mundo, maratonava episódios o tempo todo e amei."

Por isso mesmo, ela tem na ponta da língua quem da versão original ela gostaria de trazer para uma participação especial, se pudesse. "Eu morreria para ter de volta a Blair!", empolga-se, referindo-se à personagem da atriz Leighton Meester. "Acho que ela e a Monet iam se divertir muito juntas, iam aplicar uns golpes legais e fazer umas sabotagens realmente atrevidas."

Isso porque ambas têm um que de "meninas malvadas" e não medem esforços para alcançar seus objetivos. Smith conta que isso está bem longe da personalidade dela na vida real, mas que adora dar vazão a isso por meio da personagem.

"É muito divertido para um ator interpretar algo tão diferente de si mesmo", afirma. "Você pode enfiar o pé na jaca e criar uma outra pessoa. Para mim, é como se a Monet existisse, mesmo quando eu não a estou interpretando. É como se eu a estivesse conhecendo, e vice-versa. Ela é malvada, e não diria que eu sou assim, mas isso deixa todo o processo muito mais excitante para mim."

Outra coisa que a diferencia da personagem é a conta bancária. A atriz diz que não estava acostumada ao universo de ostentação do qual Monet está rodeada. "Não venho de um passado de luxos", conta. "Minha família nunca foi rica."

Porém, ela admite que tem se deleitado com isso. "Você tem que fazer de conta que vive nesse mundo", diz. "O guarda-roupas da Monet é o sonho de qualquer garota, então brincar de vestir aquelas roupas foi como voltar a ter 5 anos. Eu ia para as gravações e andava naqueles apartamentos maravilhosos, até na escola é tudo lindo, parece que você está numa casa de bonecas, então é bem divertido."

Sobre os episódios inéditos, ela diz que os fãs poderão ver respostas para o que ficou em aberto na primeira parte da temporada. "Acho que essa segunda parte realmente eleva o nível da série, então estou animada para que as pessoas vejam", adianta.

Apesar de ter começado a série como uma das aliadas da influenciadora Julien Calloway (Jordan Alexander), as duas romperam e Monet prometeu acabar com a ex-amiga. A atriz diz que não pode dar detalhes, mas que sua personagem certamente vai causar nos novos episódios.

"Tudo o que posso dizer é que as pessoas podem esperar algo grande", avisa. "Ela vai dizer: 'Quer saber, isso já foi o suficiente para mim'. Agora, como isso vai acontecer, vocês terão que assistir na série."

Smith também está animada para que o público conheça um pouco mais a fundo sua personagem. "Vai dar para ver um pouco do pano de fundo dela, já que ela começa a ter relações com personagens que ainda não tínhamos visto antes", conta.

Ela vislumbra que esse será um caminho sem volta. "Na segunda temporada, acho que isso vai ser ainda mais aprofundado. Vocês podem esperar ver uma Monet mais tridimensional, já que até agora ela era meio que só a vilã, alguém que não tinha família e só causava dramas por onde passava."

A parceria com a personagem Luna (Zion Moreno) pode ter sido rompida na ficção —as duas assessoravam Julien, mas a colega se manteve fiel à influenciadora. Porém, fora das telas, ela diz que a relação entre as duas segue firme e forte.

"Ela é a minha melhor amiga, eu a amo como a uma irmã", revela. "Ficamos muito próximas durante essa experiência, já que a Monet e a Luna faziam literalmente tudo juntas. Se não nos gostássemos, isso teria sido um pesadelo. Mas ela é maravilhosa e estou o tempo todo aprendendo com ela. E acredito que ela diria o mesmo de mim."

Para Smith, o apelo duradouro da série tem a ver com o que ela apresenta nas telas. "Todos nós sonhamos com esse estilo de vida que parece impossível, é como se ele colocasse uma caneta marca-texto na realidade para mostrar as partes boas, com todas as roupas de grife, as joias e partes lindas de Nova York", avalia. "Você é transportado para esse mundo, é de certa forma escapista."

Porém, esses elementos são contrabalançados pelos dramas vividos pelos personagens. "Não dá para mostrar só o glamour, tem que ter um pouco de fricção para tornar as coisas interessantes", comenta. "Os personagens têm nuances que aparecem nas diversas relações e interações uns com os outros."

A nova versão, ela diz, superou todas as expectativas que ela tinha. "Eu me preocupava em como a série seria recebida, porque a 'Gossip Girl' original era muito querida pelas pessoas", lembra. "Mas os autores e produtores souberam como dar um toque moderno e integrar os novos personagens nesse universo."

Entre essas novidades, ela comemora o fato de a nova versão corrigir uma das maiores críticas feitas à versão original ao colocar personagens negros e LGBTQIA+, como ela própria, em destaque. "Para mim, essa é uma das partes mais importantes da série", afirma.

"Uma vez uma pessoa me contatou nas redes sociais para dizer que eu a havia encorajado a sair do armário", conta. "Eu nunca imaginei que influenciar as pessoas dessa forma estivesse no meu futuro, mas, agora que está, não sinto como uma responsabilidade, mas como uma bênção para mim como atriz."

"Adoro quando as pessoas falam das roupas e tudo, porque eu também gosto de ver essas coisas, mas saber que estou ajudando jovens garotas que se parecem comigo quando mais nova é mais recompensador do que eu poderia imaginar", finaliza.