Ator de 'Quem Matou Sara?' comemora torcida por casal gay da série
Eugenio Siller diz ainda não ter se acostumado com cenas de sexo
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Eugenio Siller, 40, está feliz com a repercussão de Chema, seu personagem em "Quem Matou Sara?". A segunda temporada da série, que estreou no último dia 19 na Netflix, traz novos desafios para o integrante da família Lazcano, que vive um momento delicado da relação com o marido, Lorenzo (Luis Roberto Guzmán).
Se a maior parte dos personagens da série chama a atenção pela falta de escrúpulos, Chema é querido pelo público por fazer parte do casal mais fofo da trama. Ele e Lorenzo estavam tentando gerar um filho por meio de barriga de aluguel. Porém, os dois terminaram a primeira leva de episódios brigados.
"Nas redes sociais tem uma hashtag #TeamChemaRenzo, que são os fãs do casal e eu adoro", conta o ator em entrevista ao F5. "O casal é bonito porque mostra a vida cotidiana de um casal homossexual normal. Como vivem, como tomam café, como convivem."
"Muitas vezes, em outras séries e filmes, não vemos isso", lembra. "Tudo é feito com muito respeito, mas em nenhum momento é usado um tom de comédia."
Ele conta que os atores tiveram muita liberdade durante o processo criativo. "Os diretores e roteiristas nos disseram: 'Estes são os elementos dos personagens, façam vocês, criem um personagem como vocês o sentirem para ser completamente natural e orgânico'", conta. "Isso é muito interessante e acho que é o que o público também gostou."
Siller afirma que não conhecia o parceiro de cena antes do trabalho. "Já havíamos nos visto alguma vez, mas não nos conhecíamos", afirma. Os dois passaram a estudar junto e a desenvolver seus personagens paralelamente. "Íamos à casa dele ler e nos conhecermos como atores e aos personagens", diz. "Foi um processo muito bonito."
Ele é só elogios ao colega. "Luis Roberto é um grande ator, muito profissional e muito generoso", conta. "Foi com base nessas reuniões e com os diretores que nós criamos esse vínculo e essa química que os personagens tinham que ter na tela."
O ator explica ainda por que era tão importante que eles estivessem tão conectados. "Todos os personagens ao redor deles são carentes de amor sincero ou de amor-próprio, nenhum dos casais funciona, são todos disfuncionais", lembra. "A nossa, na primeira temporada, está estabelecida que moram juntos, se amam, convivem e querem ser pais. É o único casal que realmente está representando o amor."
Contudo, na primeira temporada eles terminam a relação, o que deixa Chema bastante transtornado. "A vida põe ele a prova", diz Siller. "Chema tem que provar tudo o que trabalhou internamente para se aceitar como um ser humano melhor, o amor-próprio, a segurança, tudo o que ele adquiriu na primeira temporada e ao longo da vida."
"Vamos ver momentos em que ele vai ter acertos, no qual aprendeu a lição, e momentos em que não aprendeu a lição e vai reagir de uma forma inesperada", antecipa. "Isso vai ser uma surpresa muito grande para o público porque ninguém espera ver o Chema reagindo assim ou nessas situações."
Ao longo da trama, o personagem é visto em muitas cenas de sexo, gravadas com bastante nudez dos atores. Siller afirma que ainda não se acostumou totalmente a fazer essas sequências.
"Nunca havia feito cenas de nudez, então para mim é algo novo, um terreno onde nunca havia pisado", revela. "No começo, ficava com muita vergonha, tinha um pouco de pudor ainda, mas via os colegas super felizes e à vontade. Falavam: 3, 2... e tiravam a toalha!"
Ele diz que no começo, eles tiveram tempo para se adaptar. "Nesse tempo de ensaio, deu para esquentar os motores, me soltar um pouco e me sentir à vontade", comenta. "Eu comecei a mentalizar que tinha que tirar isso da cabeça e esquecer que estava nu."
O ator também lembra que as cenas parecem muito mais fáceis quando vistas de fora. "De repente, cortam e mandam passar a mão para cá, 'você está tampando o rosto dele', 'mexe não sei o quê'... Parece que estamos confortáveis, mas você não está confortável porque tem que ficar com a mão torta e, na tela, pode parecer natural, mas não é tanto."
Figurinha fácil nas novelas mexicanas, Siller diz que a diferença entre gravar os dramalhões e a série é o ritmo. "Na novela você grava muitas cenas e tudo é muito rápido, você resolve no imediatismo, nem sempre tem tempo de preparar cada cena", compara. "É um ritmo de trabalho diferente, mas os dois são bons de fazer."
Ele também avalia que um dos motivos para que a série tenha feito tanto sucesso mundo afora são os personagens menos maniqueístas. "O público se viciou na série porque se identificam com muitas das situações", diz. "Não mostramos personagens que são só bons ou só maus, todos têm lados claros e escuros em algum momento da vida."
"A estrela da série é a própria história", afirma Siller. "Definitivamente, ela é bem escrita. Gosto muito da forma como ela lida com o suspense e a agilidade que os capítulos têm, pois toda hora acontece alguma coisa, tudo é muito rápido."
Além disso, claro, há o fator mistério. Afinal, como pergunta o título, quem matou Sara? Será que o ator pode nos dar uma dica? "É difícil porque eu sei a história", afirma. "Se eu não soubesse, estaria tão confuso quanto todo mundo. Suspeito de todos, até de mim mesmo."