Eco-Challenge retorna após 17 anos com desafio no Fiji que testa limites físicos e mentais
Capitã de equipe brasileira, Shubi fala sobre importância de senso materno na prova
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Após um hiato de 17 anos, o desafio World’s Toughest Race: Eco-Challenge volta à televisão nesta sexta-feira (14) pela plataforma Amazon Prime Video. Sob a apresentação de Bear Grylls (de Man vs. Wild, e tantos outros programas de aventura), a competição leva 66 times de 30 países ao Fiji para dez dias de desafios em florestas, oceano e até cratera de vulcão.
São 24 horas por dia de prova e centenas de quilômetros de terreno irregular até a linha de chegada. Grandes nomes da corrida voltam a competir nesta edição, como Shubi (Silvia Guimarãres), que lidera a equipe Atenah –uma das duas únicas equipes brasileiras. Ao lado de Karina Bacha Lefevre, Nora Audre, José Caputo e o membro de apoio José Pupo, a participante diz que não resistiu à aventura assim que soube do programa.
“Participamos do Eco-Challenge quase 20 anos atrás com as três mesmas meninas. Quando soubemos que ele iria voltar, na hora conversamos entre nós e decidimos que iríamos”, lembra ela, relatando a organização dos treinos. Com membros da equipe morando no Brasil, França e Nova Zelândia, eles precisaram treinar na maior parte do tempo separados.
Lefevre explica que a equipe soube que competiria em dezembro de 2019, e que a prova seria em setembro, tendo então cerca de oito meses de preparo. Segundo ela, como o ciclismo e as caminhadas já eram algo rotineiro para a equipe, o foco maior do treino foi as diferentes modalidades de canoagem e stand up paddle.
Apesar da pouca experiência com os esportes aquáticos, esse não foi o maior desafio para os brasileiros. “Difícil foi a parte de nadar no rio, à noite, no frio”, diz Lefevre. “Além do rio, teve um mountain-bike insano na lama”, acrescenta Shubi.
A expedição testa não só os limites físicos, mas também os mentais. Lefevre afirma, por exemplo, que poderia ter dormido mais para encarar os desafios de melhor forma. “Desgastou muito. Lá, se você tem muito sono, se machuca, cai, não enxerga direito… Então dá para evitar pequenas coisas”, diz. Por outro lado, lembra que alguns participantes passaram por problemas piores, como a manifestação de infecções comuns aos estrangeiros no Fiji.
Como capitã, Shubi diz que precisou se apoiar na “maternidade interna” para acompanhar o estado dos demais membros da equipe, mais do que para impor ou tomar decisões. Mesmo porque, se um membro desiste da prova, toda a equipe é desclassificada.
"Não existem muitas equipes com três mulheres. Quando começamos a equipe, lá nos anos 2000, foi porque queríamos viver essa aventura juntas, como amigas. Mas percebemos que, nessa modalidade, o auto cuidado e o cuidado com os outros –algo mais materno– é super importante. Cada vez mais temos a chance de mostrar que temos muitas habilidades, e que somos capaz."
Mesmo com tantas adversidades, elas afirmam que o ganho emocional é gigantesco –e, certamente, repetiriam a experiência. "Havia momentos em que eu me perguntava ‘o que estou fazendo aqui de novo?’. Mas depois que você supera aquele momento extremamente difícil, você repensa. O que não mata, fortalece. A gente dá conta”, diz Shubi.
"São conquistas. Os momentos de pôr do sol, o contato com os locais… Nessas corridas ficamos tão sensíveis que pequenas coisas se tornam mágicas. Relembrei que gosto muito disso", completa.
"Foi uma das melhores experiências das nossas vidas. Como corredoras de aventuras e como parceiras de provas", conclui Lefevre.