Blade Runner: 7 previsões para 2019 que o filme acertou, errou ou se antecipou
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É novembro de 2019 e Los Angeles vive um estado de decadência urbana. A população está em queda e os humanos enfrentam uma nova ameaça: androides construídos com técnicas de bioengenharia que acabam se rebelando contra a humanidade.
Em 1982, foi assim que "Blade Runner", adaptação dirigida por Ridley Scott do conto de Philip K. Dick de 1968, imaginou que o mundo seria hoje.
Trinta e sete anos depois do lançamento da versão cinematográfica da obra de ficção científica, quantas das previsões popularizadas pelo filme se concretizaram e assumiram papel central em nossas vidas?
Abaixo, sete acertos e erros do filme ambientado em novembro de 2019.
1. OS ROBÔS DO FILME SÃO MUITO MAIS INTELIGENTES
Na adaptação de Ridley Scott, Rick Deckard atua como um policial designado para caçar e matar os androides conhecidos como replicantes.
Os robôs da geração Nexus 6 eram descritos como "virtualmente idênticos aos humanos" e "com inteligência equivalente aos engenheiros genéticos que os criaram".
Quando o grupo de replicantes chega tenta estender ilegalmente seu prazo de validade de quatro anos, Deckard dá início a sua caçada.
Hoje, fora da ficção, robôs não têm a aparência hiper-realista dos androides de "Blade Runner ".E, mesmo quando assumem uma forma humanoide, a exemplo da Sofia da Hanson Robotics, eles surgem geralmente com conversas truncadas ou piadas previstas em um roteiro prévio.
Estão longe das reflexões existenciais dos replicantes cinematográficos sobre mortalidade e "lágrimas na chuva". Mas a inteligência artificial está em crescente aprimoramento.
Nesta semana, a empresa DeepMind (ligada ao Google) afirmou ter criado os primeiros "agentes" que atingiram o topo da liga de Starcraft 2, um dos esportes eletrônicos mais populares do mundo.
E como os "modelos de prazer básico" do filme, dispositivos para usos sexuais também deram origem a uma crescente indústria de sexo robótico, que já oferece até um bordel na Europa.
2. DOMÍNIO DAS CHAMADAS DE VÍDEO
A videoligação feita pelo policial Deckard para a replicante Rachael é um dos exemplos de como a tecnologia atual suplantou a apresentada no longa "Blade Runner".
A comunicação via vídeo surgiu nos anos 1920, quando o chefe da gigante de telecomunicações AT&T conversou com o ex-presidente americano Herbert Hoover usando sinal de TV e linha telefônica.
Mas a tecnologia só se tornaria ser popular no mundo a partir de 2003, com o lançamento do aplicativo Skype. Hoje, há uma série de serviços que oferece comunicação por vídeo, como o Facetime da Apple, o Duo da Google e o WhatsApp do Facebook, todos capazes de oferecer imagens de alta resolução em telefones móveis, e não apenas em cabines telefônicas como mostra "Blade Runner."
O serviço também foi barateado com pacotes de dados e wi-fi, e uma rápida ligação não custa US$ 4,30 (em valores atuais, ou R$ 17,16) como no filme.
3. RESIDÊNCIAS TAMBÉM ESTÃO FICANDO INTELIGENTES
Assistentes virtuais têm papel proeminente no filme. Ao chegar em casa, Deckard precisa dar um comando de voz para ser identificado. Ele responde falando e digitando "Deckard 97". "Obrigado", responde o assistente com voz feminina.
No mundo real, a Alexa da Amazon e o Google Assistente pode nos identificar por meio de padrões de voz e personalizar a comunicação a partir disso.
Eldon Tyrell, fundador da fictícia Tyrell Corporation (que fabrica os replicantes), também usa um assistente virtual. Mas sua predileção por luz de velas em vez de lâmpadas conectadas pela internet seria impossível hoje com os sistemas de "casas inteligentes" disponíveis hoje.
No quesito segurança, Deckard usa uma chave inteligente para abrir a porta de sua casa. O norueguês Tor Sørnes lançou o primeiro dispositivo desse tipo nos anos 1970.
Hoje, esses cartões são amplamente usados em hotéis ao redor do mundo. Mas a onda mais recente de fechaduras inteligentes incorporou sinais emitidos pelo celular e leitores biométricos.
No filme, o método Voight-Kampff tem papel central na investigação dos caçadores de androides que buscam identificar se alguém é humano ou robô.
São feitas perguntas com o objetivo de provocar reações emocionais, enquanto uma máquina monitora funções corporais, como movimentos da pupila.
A aparência pode parecer bastante diferente do primeiro polígrafo, máquina inventada em 1921, mas agentes de segurança do Reino Unido ainda usam esse equipamento conhecido como "detector de mentiras", especialmente em investigações envolvendo suspeitos de abuso sexual.
Mas a credibilidade do polígrafo é bastante contestada. No Reino Unido, o resultado de uma avaliação num polígrafo não é aceito como prova legal.
De todo modo, a empresa americana Converus oferece hoje uma tecnologia que monitora a íris para detectar mentiras.
4. DETECTORES DE MENTIRA AINDA SÃO USADOS
No filme, o método Voight-Kampff tem papel central na investigação dos caçadores de androides que buscam identificar se alguém é humano ou robô.
São feitas perguntas com o objetivo de provocar reações emocionais, enquanto uma máquina monitora funções corporais, como movimentos da pupila.
A aparência pode parecer bastante diferente do primeiro polígrafo, máquina inventada em 1921, mas agentes de segurança do Reino Unido ainda usam esse equipamento conhecido como "detector de mentiras", especialmente em investigações envolvendo suspeitos de abuso sexual.
Mas a credibilidade do polígrafo é bastante contestada. No Reino Unido, o resultado de uma avaliação num polígrafo não é aceito como prova legal.
De todo modo, a empresa americana Converus oferece hoje uma tecnologia que monitora a íris para detectar mentiras.
5. O PLANETA ESTÁ MUDANDO
Ruas mal iluminadas e céu escuro marcam a fictícia Los Angeles de 2019 como um lugar afetado pela poluição industrial.
O cenário levou muitos a migrarem. "Não há problema de moradia aqui", ouve uma replicante no longa, ao entrar numa casa. "Há vagas para todos."
Por outro, na realidade, Los Angeles fica a cada ano mais cheia de gente, e o Estado da Califórnia passou a liderar o processo de redução das emissões de carbono.
6. BLADE RUNNER IGNORA A GERAÇÃO INSTAGRAM
Fotografias desempenham papel central na trama de "Blade Runner", tanto como provas da investigação quanto uma maneira de Rachael se convencer de que é humana.
Em sua investigação, Deckard analisa uma série de polaroides em busca de pistas para achar os replicantes. Fora da ficção, câmeras com polaroides continuam a existir, mas estão restritas a um nicho no segmento de fotografia, hoje dominado pelos smartphones.
Imagens em redes sociais, como Facebook e Instagram, também passaram a ser usadas como provas e pistas em investigações policiais ao redor do mundo.
A fotografia digital com auxílio computacional se tornou dominante, permitindo registros mesmo com baixa luminosidade ou com o fundo borrado a fim de simular lentes analógicas.
Por outro lado, uma tecnologia apresentada no filme está à frente da realidade. A máquina Esper é usada por Deckard permite observar objetos e pessoas em uma imagem estática a partir de diferentes ângulos, e até mesmo encontrar objetos que não apareciam à primeira vista.
Pesquisadores em inteligência artificial trabalham atualmente em ferramentas que permitem criar imagens interativas em três dimensões (3D) a partir de imagens em duas dimensões, mas ainda deve demorar anos até que aplicativos como o Photoshop ofereçam essa possibilidade.
7. CARROS VOADORES NÃO SÃO DOMINANTES...AINDA
Muitos filmes retrataram carros voadores no futuro, mas apesar de todo progresso feito neste campo, tanto no Japão quanto nos Estados Unidos, não há equipamentos do tipo voando por aí. Até agora.
O interior dos veículos voadores de "Blade Runner" são repletos de equipamentos tecnológicos, lembrando a cabine de um avião.
Chama a atenção, no entanto, que os ocupantes desses carros não estejam com cintos de segurança, equipamento que só se tornou obrigatório na Califórnia depois do lançamento do filme.