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Chay Suede conta que sentiu pressão maior por interpretar ídolo vivo em cinebiografia de Erasmo

Ator encarnou músico da Jovem Guarda em 'Minha Fama de Mau'

Chay Suede como Erasmo Carlos em cenário do programa Jovem Guarda, parte da cinebiografia "Minha fama de Mau" - Páprica Fotografia/Divulgação

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Fernando Silva
São Paulo

O ator Chay Suede, 26, conta que se cobrou mais ao interpretar Erasmo Carlos no longa sobre a vida do cantor "Minha Fama de Mau", que estreou nos cinemas na última quinta (14). A dificuldade não é a fama do Tremendão, que marcou a música nacional.

Para Chay, encarnar um personagem famosos nas telas não é muito diferente de interpretar um anônimo. A questão é que a obra é um tributo em vida. "Isso significa tanto um prazer de poder presenteá-los com uma homenagem quanto uma certa autocobrança nossa, do tipo ‘poxa, os caras vão ver, ter opinião’."

O filme, em cartaz em 200 salas no país, mostra o período da vida de Erasmo, 77, que vai dos anos 1950 ao fim dos 1960. Estão retratados o surgimento de "Parei na Contramão" (de 1963), o auge e o fim da Jovem Guarda, além do momento em que o cantor se sentiu "sentado à beira do caminho", em meio à Tropicália. Sem contar o cenário em que o Tremendão surgiu como um dos primeiros rebeldes do rock brasileiro. 

Para aumentar a pressão, Chay teve contato com Erasmo ao longo do processo. Os dois gravaram, inclusive, um clipe em que cantam “Minha Fama de Mau”. No vídeo publicado em 2015, os dois se apresentam vestidos com jaquetas de couro, sentados em poltronas, um de costas para o outro.

Quem também está no longa é a veterana em espetáculos musicais Malu Rodrigues, 25. Ela encarna a jovem Wanderléa e celebra o fato de cantar, como na sequência em que interpreta o clássico “Prova de Fogo”. "Por mais que tivéssemos de dublar uma cena por causa do áudio é diferente porque é a sua voz que está ali”, explica. "Acho que isso traz uma verdade muito grande [ao trabalho]."

No papel da Ternurinha, a atriz vai da doçura à explosão de raiva. “Ela foi uma mulher à frente de seu tempo: revolucionou a moda e a maneira de se portar. E esteve ao lado de dois homens [à frente do programa Jovem Guarda], à mesma altura deles”, diz sobre a cantora.

Já Gabriel Leone, 25, encarna Roberto Carlos. O ator conta guardar na memória a reação de Erasmo às gravações de suas músicas, feitas para o projeto. "Ele escutou com a gente e se emocionou. Foi uma espécie de carimbo no passaporte para começar a contar aquela história”.

Na produção, ele solta a voz em uma versão intimista de “Amigo”, ao piano. A passagem envolve apenas ele e Chay. “Como essência do filme, a gente buscou construir a amizade dos dois”, diz Leone.

Não só. Nas gravações, nasceu uma parceria entre os intérpretes --o intérprete do Rei afirma ter conhecido o colega de cena somente nos testes. "Deixamos extrapolar o tempo todo nas filmagens a relação que desenvolvemos ao longo do processo. Com leveza, diversão, improviso.”

Na tela, parece haver um velho entrosamento. Na entrevista também. Ainda mais quando a dupla se empolga ao falar de como a história de artistas surgidos após a Jovem Guarda, tachados de bregas, como Reginaldo Rossi (1944-2013) e Odair José, dariam boas cinebiografias.    

“Minha Fama de Mau” traz no elenco ainda nomes como Isabela Garcia, na pele de dona Diva, mãe de Erasmo, e Bianca Comparato, que dá vida a Narinha, ex-mulher do Tremendão.