Rainha da Tom Maior, Pâmella Gomes diz que se orgulha de ser referência para mulheres negras
Na avenida desde os três anos, ela se divide entre os ensaios do Carnaval e a TV
Atriz, jornalista, bailarina do Faustão, musa do Carnaval. Parece impossível que uma mulher só possa reunir todas essas responsabilidades numa agenda, mas Pâmella Gomes, 28, a rainha de bateria da paulistana Tom Maior, consegue.
Na avenida desde os três anos de idade, quando desfilou como rainha mirim da escola, a musa conta sobre sua relação estreita com a principal festa brasileira e diz estar orgulhosa de sua representatividade como mulher negra.
Confira a entrevista.
Como faz para conciliar a carreira de bailarina na TV com toda a preparação do Carnaval?
Não é muito fácil [risos], mas procuro sempre organizar a minha agenda para dar conta dos compromissos. Durante o ano são muitos ensaios, festas, eventos e gravações, mas se organizar direitinho dá para aproveitar tudo.
Como é a sua história com o Carnaval?
Desfilo desde os meus três anos de idade, são 25 anos de sambódromo. A empolgação faz parte de mim, sou nascida e criada no samba, venho de uma família de sambistas. Eu amo o Carnaval e não me imagino longe dessa folia.
Como você lida com as expectativas da comunidade e do público?
Eu tenho uma relação muito boa com a minha comunidade, acredito que por ser cria da casa. Tenho uma sensação boa em relação às expectativas. Eu me cobro muito em tudo o que eu faço, procuro dar o meu melhor sempre.
Você acha que as rainhas e mesmo as bailarinas da TV são julgadas mais pelo corpo do que pela personalidade?
Nunca passei por isso, ou se quer senti algo parecido. Acho que também vai muito de como você se impõe. Acredito que nós mulheres já fomos muito julgadas e rotuladas como só um corpo e rosto bonito, e estamos mostrando cada vez mais que somos muito mais que isso. Importa muito a personalidade da rainha. Além do samba no pé, precisa ter sensualidade, graciosidade, elegância e mostrar isso na avenida, cada uma do seu jeito. Isso faz toda a diferença na hora de apresentar a bateria na avenida.
Como mulher negra, você sente que é uma referência? Como é essa responsabilidade?
Hoje tenho a certeza disso. Recebo tantas mensagens de meninas e mulheres negras e isso me deixa muito feliz! Eu também me inspiro em muitas mulheres negras, e saber que eu sou uma referência me faz querer crescer cada vez mais e servir de inspiração.