Fora da Globo desde 2014, Pedro Cardoso, 61, disse que anda preocupado com o que define como "uma crescente influência dos Estados Unidos na cultura brasileira". O ator e comediante ainda refletiu a importância da emissora na produção de conteúdo nacional e fez uma previsão para a casa que trabalhou por 31 anos: "A Rede Globo está acabando, infelizmente", começou.

Cardoso explicou que a "queda" da Globo teria a ver com o número cada vez maior de produções nos streamings. "Apesar de todos os problemas, acho muito ruim que a gente perca uma emissora como a Rede Globo e comece a viver debaixo de empresas americanas, como Netflix e Fox.", afirmou Cardoso sem especificar quais seriam os "problemas" durante a participação no programa "Sem Censura", da TV Brasil, nesta terça-feira (16).

Ele então continuou: "Os donos da Rede Globo vivem no Brasil, querem ganhar dinheiro aqui, é importante para eles o Brasil. Essas empresas [Netflix e Fox] são americanas e o Brasil é só uma oportunidade para nelas ganharem dinheiro. Elas não têm interesse nenhum no Brasil", comentou ele que também nomeou esse movimento como "uma invasão americana".

O ator apontou que até trabalhar com a comédia no Brasil mudou nos últimos tempos. "O stand-up é uma tradição americana muito forte e é o desaparecimento do personagem. O que mais vemos nos shows de TV e no teatro é esse estilo entre os comediantes. Acho grave o desaparecimento do personagem. É mais uma vez cultivar a primeira pessoa excessiva", concluiu

Cardoso foi contratado da Globo até 2014, mesmo ano em que "A Grande Família" chegou ao fim depois de 13 anos no ar. Na emissora, ele participou de novelas como "Bebê a Bordo" (1988), "O Dono do Mundo" (1991) e "Pátria Minha" (1994) e das minisséries "A,E, I, O Urca" (1990) e "Anos Rebeldes"(1992). Ele foi protagonista e roteirista da série "A Comédia da Vida Privada", exibida entre 1995 e 1997.