Cineasta francês Benoît Jacquot é indiciado pelo estupro de duas atrizes
Diretor ainda irá responder por violência e agressão sexual de uma das vítimas
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Uma nova onda do movimento #MeToo no cinema francês voltou a chamar atenção da imprensa internacional. O cineasta francês Benoît Jacquot, 77, foi formalmente indiciado nesta quarta-feira (3) pelo estupro das atrizes Julia Roy e Isild Le Besco. Detido na segunda-feira (1) para ser interrogado, o diretor passou dois dias em prisão provisória até receber a determinação do Ministério Público da França.
Jacquot foi indiciado pelo estupro de Julia Roy em 2013 e de Isild Le Besco entre 1998 e 2000, além de violência e agressão sexual contra a primeira. Ele também foi colocado sob o estatuto de testemunha assistida no que diz respeito aos estupros conjugais contra as duas vítimas.
"Em ambos os casos, as denunciantes que relataram fatos que não constam nas acusações retidas serão contactadas pessoalmente", destacou o MP. A investigação preliminar iniciou-se após a denúncia apresentada pela atriz Judith Godrèche contra dois cineastas, que negaram as acusações.
Godrèche, 52, acusou publicamente Benoît Jacquot de estupro em fevereiro e depois, Jacques Doillon de agressão sexual. As acusações da artista, que pediu coragem para toda mulher que tivesse sofrido o mesmo tipo de abuso no showbiz, resultou em declarações públicas e denúncias formais de várias trabalhadoras do setor na França aos cineastas.
A advogada de Jacquot, Julia Minkowski, não quis fazer declarações mas criticou "os ataques incessantes" ao seu cliente e disse que o diretor iria provar sua inocência.
Isild Le Besco, 41, apresentou sua denúncia contra Jacquot no final de maio. A atriz, que começou no cinema francês no final da década de 1980, rodou cinco filmes sob a direção do cineasta: "Sade" (2000), "Adolphe" (2002), "Até já" (2004), "Dalit - Intocável" (2006) e "No Fundo da Floresta" (2010), bem como um filme para televisão, "Marie Bonaparte" (2004).
Já Julia Roy, 34, rodou quatro filmes dirigidos por Jacquot: "Até Nunca Mais" (2016), "Eva" (2018), "O Último Amor de Casanova" (2019) e "Suzanna Andler: Sob o Sol da Riviera", há três anos.