Sinéad O'Connor foi banida da TV após rasgar foto do papa ao vivo em programa
Cantora que morreu nesta quarta (26) quis denunciar abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica
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A cantora Sinéad O'Connor, que morreu nesta quarta (26), ficou mundialmente famosa principalmente por um episódio lembrado até hoje. Em 1992, durante o programa "Saturday Night Live", o maior humorístico da TV dos Estados Unidos, ela rasgou a foto do então papa João Paulo 2º (1920-2005). Sua intenção era denunciar casos de pedofilia na Igreja Católica. "Lute contra o verdadeiro inimigo!", disse ela, na ocasião.
O fato aconteceu durante sua apresentação musical na atração, algo tradicional no formato no ar desde os anos 1970. Sinéad cantou "War", de Bob Marley (1945-1981), e trocou trechos da canção. Em vez de dizer em uma estrofe a palavra "racismo", a cantora falou "abuso infantil". Cada vez que cantava a letra, o seu tom ficava mais sério.
Ao fim da apresentação, Sinéad rasgou a foto do então papa ao vivo e pediu ao público que lutasse contra o verdadeiro inimigo da humanidade. A imagem rodou o mundo e gerou notas de repúdio do Vaticano. Por muito tempo, Sinéad foi banida da TV americana como um todo por causa de seu protesto na atração.
Mas se engana quem pensa que ela teve apoio. A mídia americana criticou a atitude e até mesmo os fãs se revoltaram. Semanas após a celeuma ocorrer, Sinéad participou de um show com o cantor Bob Dylan, e foi duramente vaiada, mesmo no auge de sua carreira. A interpretação é de que a cantora teria feito isso apenas para aparecer na ocasião.
No livro "Rememberings: Scenes From My Complicated Life", sua autobiografia, a cantora discordou que sua carreira teria caído em decadência após o protesto. "Longe de o episódio do Papa destruir minha carreira. Ele me colocou em um caminho que me encaixou melhor", escreveu ela, na publicação.
A cantora irlandesa Sinéad O'Connor —pronuncia-se "chineide"—, morreu aos 56 anos. A notícia foi publicada originalmente pelo The Irish Times, um dos principais jornais diários de seu país, e confirmada pela família à emissora estatal RTÉ. A causa da morte não foi revelada.
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