Claudio Manoel diz que bastidores de Casseta & Planeta não eram tão tranquilos: 'Rolavam socos'
Humorista relembra brigas entre os integrantes e também a proibição de piadas por causa do politicamente correto
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São mais de 30 anos de amizade e parceria profissional, mas nem tudo eram flores nos bastidores do Casseta & Planeta. Discussões mais calorosas faziam parte da rotina dos sete integrantes da turma do "jornalismo de mentira, humor de verdade", que viveu seu auge entre os anos de 1990 e 2000. Mas, também existiam as brigas físicas entre os humoristas. "Rolavam socos, sim. Na cara e onde mais pegasse", contou Claudio Manoel. "Na maioria das vezes, o Madureira [Marcelo] estava envolvido".
Claudio lembrou que, apesar das brigas, ninguém guardava rancor ou deixava de se falar. "O clima era zero. A briga acontecia e não demorava muito para ser esquecida", afirmou. Manoel recordou de uma confusão durante o ensaio de um show em uma entrevista no canal de YouTube de Maurício Meirelles.
"Não sei o que aconteceu. Só vi o Marcelo Madureira caído no chão e o Hubert explicando que tinha dado um soco porque ele estava enchendo o saco. Passou um tempo, todo mundo já estava no palco e eu falei 'o que aconteceu ficou para trás'. Bussunda interrompeu e me disse: 'tudo isso porque o Brasil empatou com a Colômbia?' Ele nem viu a briga. Estava assistindo ao jogo da seleção nos bastidores. Todo mundo riu."
Claudio Manoel também mencionou a dificuldade de trabalhar com humor devido à questão do politicamente correto. A turma do Casseta foi proibida de fazer piadas relacionadas ao ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Hoje, ele agradece à direção da Globo: "Enviamos várias piadas para produção e o Mário Lúcio Vaz, diretor da emissora, me ligou e perguntou se estávamos loucos de fazer piada com três mil mortos. Disse que a opinião pública iria contra nós e isso nos protegeu muito. Teríamos nos dado mal", comentou.
Os limites do humor e o caso Leo Lins também foram discutidos na entrevista, e Claudio Manoel não evitou as perguntas. "Há humoristas que fazem piadas para desagradar o público. O Leo Lins é um pouco assim, o Madureira também. A irritação cria um elemento engraçado. Esse é o maior nicho do humor: pessoas que apreciam o humor sabendo que é humor. Em geral, as pessoas acham que tudo é ironia. O Leo se pergunta: não pode fazer piada sobre o quê? Pedofilia, escravidão. Então é isso que vou fazer."