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Descrição de chapéu Oscar mostra de cinema

Não tenho o privilégio de ter minha mãe morta, diz Drew Barrymore em entrevista

Programa de entrevistas da atriz, elogiado por conversas francas, vai ganhar quarta temporada

A atriz Drew Barrymore - Reuters/Andrew Kelly

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São Paulo

A atriz e apresentadora Drew Barrymore falou em tom bastante franco sobre a relação com os pais em uma entrevista que acaba ser publicada na revista americana New York Magazine.

"As mães dos meus vizinhos já se foram, e a minha não. Bem, não tenho esse privilégio, mas não posso esperar", afirma a atriz. "Mas não quero viver numa situação em que desejo que alguém morra antes do tempo só para que eu possa crescer. Quero que ela tenha uma vida feliz, saudável e próspera. Tenho que resolver minhas questões apesar de ela estar neste mundo".

Na reportagem da revista americana, ela conta como a mãe —que atuava também como sua empresária— a tratava como amiga e cliente. Quando tomou a primeira taça de champanhe na vida, Barrymore tinha oito anos; um ano depois, foi a vez da primeira cerveja. E a cocaína veio aos 12. Tudo com o conhecimento da mãe.

A artista foi mandada para uma clínica de reabilitação aos 13 anos, mas a mãe a tirou de lá depois de 12 dias para que a filha pudesse participar do filme "Bem Longe de Casa" (1989).

Barrymore já falou algumas vezes sobre as dificuldades que enfrentou ao longo da vida com o abuso de álcool e drogas. Ela se emancipou aos 14 anos e passou a ser considerada adulta aos olhos da lei.

Também não é a primeira vez que a artista fala sobre o comportamento abusivo dos pais. Ela já contou, por exemplo, como a mãe a proibia de comer doces, mas autorizava o uso de drogas.

Barrymore começou na indústria do entretenimento ainda criança —quando atuou em "E.T.", de Steven Spielberg, por exemplo, tinha apenas sete anos. Era tão pequena que achava o extraterrestre do longa, um boneco, era real.

O pai não era diferente da mãe. John Drew Barrymore, que fez um relativo sucesso como ator, também era alcoólatra e abandonou a família assim que a filha nasceu. A primeira lembrança que Drew tem do pai é de quando ele a arremessou contra a parede, quando ela tinha três anos. Ela lembra ainda que John cometia agressões como colocar a mão da filha na chama de uma vela e dizer que a dor era algo da imaginação.

À New York Magazine, ela diz que passou a ver a o pai de uma forma diferente com a idade: "Entendi quão inapto como ser humano ele era".

Na mesma reportagem, ela conta escreveu para a mãe para desejar feliz aniversário e ouviu um "eu te amo" de volta. "Não importa quanto você envelheça, quando sua mãe diz que te ama você volta a ser pequeno", diz ela.

"Eu perdoo minha mãe, perdoo ou meu pai. Nunca me perdoei, mas quero me perdoar e estou pronta para isso."

A atriz tem feito sucesso com The Drew Barrymore Show, programa de entrevistas que foi renovado para uma quarta temporada. Ela tem sido elogiada pelas entrevistas francas, nas quais costuma se abrir sobre questões pessoais —deixando os entrevistados à vontade para também falar de temas íntimos.