O humorista Bruno Lambert, que além de comediante trabalhava num banco, acabou demitido de seu segundo ofício devido à repercussão negativa de uma piada considerada capacitista que ele fez em um show. A piada gerou revolta na deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), que o denunciou ao Ministério Público por uma suposta prática de discriminação e de violação do Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Pelas redes sociais, Lambert lamentou ter perdido o cargo. "A deputada Tabata Amaral defende e admira o diálogo, interessante que comigo não houve isso. Simplesmente me denunciou e consequentemente aos poucos minha vida foi virando de cabeça para baixo. Fui demitido e não acredito que seja coincidência, mas que seja mais um ônus por ser comediante e a exposição que a deputada me deu com a denúncia", disparou.

"Vou dormir angustiado e triste, porém convencido de que a jornada só está começando", emendou o comediante, cuja piada no palco remetia a uma suposta relação sexual que teria tido com uma cadeirante.

Apesar do desligamento do banco, Lambert afirma que não vai deixar que os problemas afetem sua rotina de fazer piadas. "Se me foi tirado minha primeira profissão, não vou deixar que me tirem a segunda. No banco nunca deixei de ser profissional. Na comédia eu sou autônomo", encerrou.

ENTENDA O CASO

Durante uma apresentação de stand-up comedy, Lambert narrou aos espectadores uma ocasião em que teria se relacionado sexualmente com uma pessoa que fazia uso de cadeira de rodas. A situação foi descrita pelo humorista por meio de expressões depreciativas.

"Você já comeu uma cadeirante? Não, eu também não. Sabe por quê? Porque não dá", disse, em determinado ponto da apresentação. "Coloquei ela de quatro aqui, ela murchava. Aí você tinha que pegar ela aqui, abaixa… Parece crossfit, entendeu?", continuou.

Ele ainda se referiu à personagem de sua história como "tortinha" e "Relâmpago McQueen", automóvel que protagoniza a animação infantil "Carros", da Pixar.