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Advogado diz que compra de jato por Safadão coincide com saída de 'Sheik dos Bitcoins' da empresa dona do avião: 'Acho estranho'

Aeronave de R$ 37 milhões foi apreendida pela Justiça na quinta-feira (22); cantor alega ter caído em golpe após recebê-la como garantia de pagamento

Wesley Safadão em show na Festa do Peão de Barretos - Eduardo Martins - 20.ago.22/AgNews

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São Paulo

Desde outubro deste ano, o jatinho operado pela empresa do músico Wesley Safadão, a WS Shows, se tornou notícia em meio a uma batalha judicial. Nesta quinta-feira (22), a aeronave, avaliada em R$ 37 milhões, foi bloqueada pela Justiça.

A determinação é parte de um conjunto de decisões judiciais de arresto (bloqueio preventivo de bens para pagar dívidas) de propriedades de Francisley Valdevino da Silva, o Francis Silva, conhecido como Sheik dos Bitcoins. Ele foi apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema de fraudes que movimentou quase R$ 4 bilhões, por meio de pirâmides financeiras e comercialização de criptoativos.

A assessoria do músico afirmou, em nota, que "foi supreendida" com a decisão judicial que bloqueou a aeronave. E disse ainda que o músico e sua empresa foram "vítimas dessa operação". Segundo a WS Shows, o avião foi adquirido como garantia de pagamento de um investimento feito em uma das empresas de Francis, por meio de financiamento no Banco do Brasil S/A.

Advogado representante de um grupo de vítimas de Francis, André Portugal, disse ao F5 que considera "estranha" a compra do jatinho, por coincidir com a data que Francis, o Sheik, saiu da ITX Administradora de Bens Ltda, com objetivo de desvincular seu nome da companhia.

A empresa é ligada a Sheik e o jatinho no centro da disputa está registrado em seu nome na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

"Firmamos um acordo extrajudicial com algumas empresas do grupo do Sheik, [entre elas a ITX]. Treze dias depois, o Francis se retirou da empresa e neste mesmo dia foi firmado o contrato de compra e venda desta aeronave para Wesley Safadão", afirma ele.

No processo, André acompanha a penhora de bens, entre eles a aeronave.

André diz também que o contrato firmado entre a empresa de Safadão e a de Francis cita somente a venda da aeronave, sem menção à quitação de dívidas, ou a dação em pagamento — termo técnico usado quando quem deve entrega um bem para quitar uma dívida.

Sobre a posse do avião, o advogado afirma que a transferência de propriedade para aeronaves é diferente da de um veículo comum, como um carro, e se assemelha à transferência de imóveis. "Se você compra um imóvel e não registra a propriedade não adianta nada, você não tem a propriedade daquele imóvel."

Procurada pelo F5, a assessoria da WS Shows disse que não se manifestará a respeito das afirmações do advogado até o término do caso. Afirma ainda que "está nas mãos da Justiça para que tudo seja resolvido de forma justa".