Bella Hadid desabafa sobre depressão: 'Há sempre uma luz no fim do túnel'
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A modelo americana Bella Hadid, 25, veio a público falar sobre a "montanha-russa" que tem sido sua saúde mental, com "crises e burnouts", em meio a um quadro de depressão e ansiedade. No Instagram, onde tem 47 milhões de seguidores, ela lembrou a quem estiver sofrendo também que "você não está sozinho".
Ela escreveu em resposta a um vídeo da atriz e cantora americana Willow Smith sobre insegurança e ansiedade. Segundo Hadid, o material a fez se sentir "menos sozinha". A modelo compartilhou um trecho desse ao lado de uma série de fotos dela própria chorando.
"Rede social não é a realidade. Para quem estiver sofrendo, se lembre disso. Algumas vezes tudo que você precisa ouvir é que não está sozinho", escreveu. "Eu já tive crises e burnouts (síndrome de esgotamento) o suficiente para saber disso: se você trabalha duro o bastante em si mesma, gastando tempo sozinha para entender seus traumas, gatilhos e rotinas, você sempre será capaz de entender ou aprender mais sobre sua própria dor e como lidar com ela".
Essa não é a primeira vez que Hadid fala sobre essas doenças, que enfrenta desde a adolescência. Em 2019, por exemplo, a modelo disse no Dia Mundial da Saúde Mental que esse quadro de ansiedade ou depressão "era uma batalha que a maioria de nós já lidou no passado ou está lidando atualmente".
Segundo estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), 11,5 milhões de brasileiros (ou 5,8% da população do país) já tiveram pelo menos um episódio de depressão. É a maior taxa do continente latino-americano.
Em seu post, Hadid também compartilhou alguns conselhos com seguidores que podem enfrentar problemas de saúde mental, que podem ser tratados por profissionais especializados como psiquiatras e psicólogos.
"Eu quero que você saiba que há sempre uma luz no fim do túnel, e a montanha-russa sempre vai parar completamente em algum momento", disse. "Há sempre espaço para começar de novo, mas para mim sempre foi bom saber que mesmo que ocorra por alguns dias, semanas ou meses, vai melhorar, até certo ponto, mesmo por um momento."
IMPACTO DAS REDES SOCIAIS
Em janeiro deste ano, Hadid afirmou ter se afastado das redes sociais para tentar melhorar sua saúde mental. E ela não é a única. A cantora e compositora americana Lana Del Rey fechou suas contas em setembro, e o músico inglês Ed Sheeran praticamente não usa essas plataformas desde 2015.
A empresa que é dona do Instagram, Meta (ex-Facebook), tem sido alvo de críticas crescentes, incluindo uma ex-funcionária que afirmou que a plataforma voltada a fotos e vídeos "era mais perigosa que as outras formas de rede social".
Frances Haugen, que denunciou a empresa, afirmou no mês passado que o Instagram tem "inquestionavelmente piorado o ódio (na internet)". Segundo ela, a plataforma se trata de "comparações sociais e sobre corpos, sobre estilos de vida e tudo isso acaba sendo muito pior entre os jovens".
Uma pesquisa do instituto de pesquisa Pew, dos Estados Unidos, mostrou que quatro em cada dez americanos já foram alvo de algum tipo de abuso ou agressão na internet. Entre os mais jovens, os ataques virtuais são ainda mais comuns: seis em cada dez pessoas com menos de 30 anos disseram ter passado por isso.
Em alguns casos, o ódio pode desencadear uma crise de depressão e outros transtornos mentais. É importante dizer que a ciência ainda não consegue cravar qual é a exata relação entre as redes sociais e a saúde mental.
Há estudos que apontam que há uma correlação entre o uso de redes sociais e ter depressão, por exemplo. Mas, como qualquer bom cientista vai dizer, correlação não é o mesmo que causa.
Pesquisas também indicam que pessoas deprimidas tendem a se refugiar nas redes sociais. E, aí, o que veio primeiro: o ovo ou a galinha?
Outro ponto importante: a depressão e outros transtornos mentais têm uma série de causas combinadas, que passam pela genética, o ambiente social e o histórico de vida de uma pessoa.
TIPOS DE DEPRESSÃO
Existem classes diferentes de depressão. A depressão que impacta a maioria dos pacientes é a unipolar, também conhecida como transtorno depressivo maior. A causa mais comum é de cunho genético, mas também pode ser provocada por perdas, estresse e até problemas neurológicos.
O diagnóstico depende da avaliação do histórico de doenças psiquiátricas da família, e ainda não há exames clínicos, como os de sangue ou ressonância magnética, capazes de identificar o transtorno.
Outro tipo é a depressão bipolar, considerada a mais difícil de ser identificada. Um estudo publicado na revista Brasileira de Psiquiatria mostrou que, em média, leva-se oito anos para diagnosticar um paciente com depressão bipolar.
O transtorno bipolar do tipo 1 é a forma mais clássica e é caracterizado pela euforia (mania e hipomania). Já o do tipo 2, que é a depressão bipolar, o paciente apresenta quadros de tristeza e hipomania —estado mais leve de euforia, otimismo e, às vezes, agressividade.
Uma pessoa deprimida costuma perder o interesse pelas suas atividades cotidianas. Fica triste e desanimada por mais do que alguns dias. Pode ter problemas para dormir ou perder o apetite. Nos casos mais graves, chega a pensar em suicídio.
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda no Centro de Valorização da Vida e o CAP (Centro de Atenção Psicossocial da sua cidade.
O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por email, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.