Antônia Fontenelle é indiciada por xenofobia e racismo contra Giselle Itié
Atriz mexicana move três processos, um cível e dois criminais, contra youtuber
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Giselle Itié falou sério quando avisou que processaria Antônia Fontenelle por xenofobia. A polêmica atriz e youtuber, inclusive, já prestou depoimento, confessou o que fez e foi indiciada. "A delegada perguntou se ela teria interesse num acordo, chamado de acordo de não persecução penal, em que o acusado confessa o crime e evita o processo em troca de algumas condições que ele tem que cumprir", disse ao F5 André Perecmanis, advogado de Itié nos processos criminais.
Ele explicou que esse procedimento é comum depois que o pacote anticrime —conjunto de alterações que visa promover uma reforma na legislação penal brasileira — foi aprovado. Perecmanis destaca, porém, que o Ministério Público ainda não avaliou o pedido. "Isso ainda será analisado. Então concretamente, o que você tem é: ela prestou depoimento, confessou, foi indiciada, disse que deseja esse acordo, mas o Ministério Público ainda vai avaliar se ela [Fontenelle] tem direito ou não", pontuou.
De acordo com o advogado, Itié move três processos contra Fontenelle: dois criminais e um cível. "Temos um processo que está no Juizado Especial Criminal, da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, por injúria, por ela ter ofendido a Giselle, e outro caso por racismo, porque ela falou algumas coisas, e não apenas isso de voltar para o México. E tem um processo civil que é por tudo".
Perecmanis esclarece que Itié tem perspectivas diferentes em relação aos dois processos. "Nesse [cível], que não sou eu que cuido, a Giselle quer uma indenização, mas nos criminais ela deseja que a Antônia seja punida, que seja imposta uma pena a ela", concluiu.
O advogado que defende Fontenelle nos processos criminais contra Itié, José Guilherme Costa Almeida, confirmou o indiciamento. "Indiciar é o que a polícia civil deve fazer quando há indícios, esta é, simplesmente, a obrigação da autoridade policial, que, agindo dentro do que preconiza a mais moderna legislação, ofereceu acordo de não persecução penal para ela", escreveu via mensagem de texto.
Ele ainda negou que Fontenelle tenha cometido xenofobia contra Itié. "A senhora Antônia não é xenófoba (xenofóbica), trata-se de uma intelectual que usou a frase 'volta para o seu país', segundo ela, no melhor sentido Lewis Carrol", explicou, se referindo ao romancista inglês autor do clássico "Alice no País das Maravilhas".
O desentendimento entre as artistas começou quando Itié fez uma postagem dando apoio a Dani Calabresa, após uma matéria apontar que a humorista havia sido assediada por Marcius Melhem. Na publicação, a atriz —que é mexicana, mas mora no Brasil desde os quatro anos de idade— conta ter sofrido uma situação parecida aos 23 anos, quando um diretor a assediou "severamente".
Embora Itié não tenha citado nomes, Fontenelle deduziu que a acusação era contra Marcos Paulo, que dirigia a novela "Começar de Novo" (Globo), que foi protagonizada pela atriz mexicana na época. A youtuber resolveu defender Marcos, que faleceu em 2012, quando era casado com ela. "Desgosto. Triste saber que existem mulheres como você, dona Giselle. Volta pro México é o melhor que você faz", escreveu Fontenelle, atacando Itié.