Mãe de Bel diz que conteúdo de canal é controlado após acusação de maltratar filhas
Internautas afirmam que conteúdo no YouTube e Instagram rebaixa adolescente
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O canal de uma adolescente de 13 anos no YouTube e suas redes sociais viraram alvo de internautas nos últimos dias, motivando críticas e hashtags. Isso porque, na opinião de alguns deles, mostrariam maus-tratos da mãe, identificada nos vídeos como Fran, em relação à filha Bel.
Os vídeos, que mostram cenas cotidianas e brincadeiras entre a mãe e suas duas filhas, são produzidos há oito anos, segundo os próprios pais das meninas, e são expostos em canais como Bel, que a família mantém no YouTube com mais de 7 milhões de inscritos e em uma página no Instagram, onde tem 1,3 milhão de seguidores.
Apesar da popularidade, alguns internautas apontam como de mau gosto ou até sinal de maus-tratos algumas dessas imagens, como quebrar um ovo na cabeça de filha, fazê-la comer uma espécie de milkshake com ingredientes ruins, que chegam a fazê-la vomitar ou mesmo falar para a menina que ela é adotada.
Em alguns desses vídeos, Fran, que começou no YouTube com a página Fran Para Meninas, afirma que faz as brincadeiras seguindo sugestões de outros internautas e ri da reação inesperada da garota, que chegou a ser protagonista do canal Bel Para Meninas e agora do canal Bel.
Com as críticas, alguns internautas criaram hashtags, como #salvembelparameninas e #salvembelenina, que têm entrado nos assuntos mais comentados do Twitter nos últimos dias. Alguns internautas chegaram a recuperar até mesmo um post do humorista Victor Sarro denunciando o canal, já em 2016.
“Na minha casa é proibido há muito tempo, já venho denunciando há muito tempo. Pena que as pessoas não me levem tão a sério como influenciador e investiguem as coisas que eu denuncio. É um absurdo. Todo mundo tem obrigação e o dever de denunciar”, afirmou Sarro em suas redes sociais nesta terça (19).
Na mesma época em que o humorista fez a denúncia nas redes sociais, o canal mantido por Fran e suas filhas chegou a ser alvo de investigação, mas apenas por possível “merchandising ou promoção de produtos e serviços protagonizados por crianças ou a elas dirigida”, aponta o Ministério Público Federal, que abriu o inquérito.
Segundo o órgão, uma ação civil pública foi ajuizada em setembro de 2016 contra a União, através do Conanda, e o Google pela violação das regras que proíbem esse tipo de publicidade em seus canais. A 10ª Vara Federal, porém, negou o pedido da ação, e o Ministério Público Federal aguarda pedido de recurso.
A reportagem tentou contato com Fran, que respondeu com uma nota, em que afirma que possui uma série de canais em redes sociais, que somam cerca de 14 milhões de seguidores, e que continuará expondo seus conteúdos por essas plataformas como sempre fez, “respeitando nossos seguidores”.
Ela afirma ainda que por meio desses canais “passamos a publicar conteúdos controlados, vez que não se trata de um reality show onde estaríamos 100% expostos. Pelo contrário, nós escolhemos os conteúdos que publicamos, muitas das histórias são de ficção criadas por nós dentro da temática que abordamos.”
Segundo Fran, que critica a posição da imprensa em meio à polêmica envolvendo seus canais, “não se trata de expor a nossa relação interpessoal e familiar, mas se trata de expor certos acontecimentos nas hipotéticas relações interpessoais familiares em geral, nas quais eventualmente nos incluímos”.
A nota ainda relata que a família recebeu nesses últimos dias quatro pessoas “com o intuito de tratar das reportagens sensacionalistas”, se referindo a conselheiros tutelares, que teriam visitado a família após as denúncias.
Em seu último post no Instagram, há dois dias, Fran mostrou uma foto da família afirmando que “enquanto algumas pessoas espalham o ódio gratuito, nós seguimos acreditando na família e no amor”. Ela fechou a possibilidade de comentários em todas as redes sociais.