Lori Loughlin aceita cumprir 2 meses de prisão e pagar R$ 840 mil por suborno de universidade
Atriz e marido concordam em se declararem culpados em escândalo
A atriz Lori Loughlin, 55, conhecida pela série "Full House", concordou em se declarar culpada no caso em que é acusada de subornar uma universidade americana para aceitar suas duas filhas como estudantes. Segundo a revista People, o acordo foi anunciado na manhã desta quinta-feira (21) pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Loughlin terá de cumprir dois meses de prisão, pagar uma multa de US$ 150 mil (cerca de R$ 840 mil), além de ter dois anos de liberdade supervisionada, em que precisa informar as suas atividades ao governo. O marido da atriz, o estilista Mossimo Giannulli, 56, também vai se declarar culpado.
O acordo dele prevê cinco meses de prisão, multa de US$ 250 mil (R$ 1,4 milhão), e dois anos de liberdade supervisionada com 250 horas de serviço comunitário.
A atriz Felicity Huffman ("Desperate Housewives"), 56, foi uma das primeiras a se declarar culpada no esquema. Ela cumpriu pena de 14 dias em uma unidade prisional na cidade de Dublin, que fica perto de San Francisco na Califórnia. A atriz se declarou culpada de pagar para falsificar o exame de admissão universitária de sua filha mais velha, Sophia Grace Macy, e por ter iniciado o mesmo processo para sua filha mais nova, apesar de ter abandonado a ideia.
Questionados sobre os motivos de se declararem culpados, uma fonte disse à People que o acordo foi apresentado como a última chance de eles resolveram a situação antes de irem a julgamento, o que poderia resultar em uma pena maior, de mais de um ano de prisão.
"Lori e Mossimo estão passando pelo processo legal e querem deixar isso para trás", afirmou à revista outra fonte próxima ao casal.
A atriz e o marido são acusados de pagar US$ 500 mil para que suas filhas fossem incluídas na equipe de remo da Universidade do Sul da Califórnia, apesar de não serem remadoras. As duas filhas do casal foram aceitas na instituição.
ENTENDA O CASO
Em março de 2019, promotores federais norte-americanos indiciaram quase 50 pessoas por pagarem ou receberem milhões de dólares em propina para que candidatos fossem aceitos em algumas das melhores universidades do país.
Entre os acusados estavam as atrizes de Hollywood, como Loughlin e Huffman, além de empresários e técnicos esportivos de prestigiosas instituições de ensino como Yale e Stanford.
O esquema, que segundo o advogado Andrew E. Lelling é o maior escândalo de admissão em faculdades já analisado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, movimentou US$ 25 milhões (cerca de R$ 95 milhões) em suborno.
William "Rick" Singer, 58, administrou o esquema de extorsão por meio da empresa Edge College & Career Network, afirmaram promotores federais de Boston.
A acusação sustentava que Singer arranjava esquemas para que candidatos falsos fizessem as provas de admissão das faculdades no lugar dos filhos dos seus clientes ricos. Sua empresa também subornou treinadores para que aceitassem estudantes sem competência atlética.
Os pais pagaram dezenas de milhares de dólares pelos serviços de Singer. O dinheiro era mascarado como contribuição de caridade. "O que fazemos é ajudar as famílias mais ricas dos Estados Unidos a colocarem seus filhos na escola. Minhas famílias querem uma garantia", resumiu Singer aos promotores.