Após resgate e ameaça de extinção, rãs em zoo no Chile têm 'ninhada' de 200 filhotes
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Ambientalistas no Chile conseguiram salvar uma espécie de rã nativa da região do Atacama que estava à beira da extinção.
Em 2019, 14 rãs do Loa (Telmatobius dankoi) foram levadas de avião para o zoológico de Santiago depois de serem encontradas no norte do país - o que havia sobrado de seu habitat natural.
Herpetologistas conseguiram salvar 12 dos animais - que acasalaram neste mês de outubro e produziram uma ninhada com 200 girinos.
A missão de resgate foi lançada depois que o herpetologista Andrés Charrier descobriu que os córregos no entorno da cidade de Calama, o único local em que se sabe que as rãs habitavam, haviam secado.
Os 14 anfíbios que sobraram em uma poça de lama estavam desnutridos e desidratados. Diante do fato de que seu habitat estava ameaçado pela retirada ilegal de água da região para ser usada na mineração, na agricultura e em empreendimentos imobiliários, decidiu-se levá-los ao zoológico da capital, a 1,5 mil km de distância.
Desafios
A diretora do zoológico, Alejandra Montalba, conta que a equipe teve de replicar as exatas condições da água para que os animais pudessem sobreviver. Um trabalho, segundo ela, bastante meticuloso.
Gabriel Lobos, que, junto com Andrés Charrier estuda há anos as rãs de Loa, afirmou à imprensa local que o desafio agora é recuperar seu habitat natural para que elas possam ser devolvidas à natureza.
Ano passado, segundo ele, os herpetologistas que se dedicam a estudar a espécie estavam buscando meios para tornar a causa mais conhecida, para auxiliar os esforços de conservação.
Foi quando eles receberam a ajuda de colegas do Museu de História Natural da Bolívia em Cochabamba.
O time do Alcide d'Orbigny, como também é chamado o museu, chamou atenção mundial quando tentava encontrar uma parceira para o que se acreditava ser um dos últimos espécimens do sapo-aquático-de-sehuencas (Telmatobius yuracare), apelidado de Romeu.
A campanha teve grande repercussão e eles não apenas conseguiram encontrar uma "Julieta", mas também acabaram ajudando outras espécies de anfíbios ameaçados.
Pouco depois do resgate, uma carta escrita "da escrivaninha de Romeu" ofereceu algumas palavras encorajadoras às rãs do Loa: "Sei que você está longe de casa. Sei que você preferia estar no aconchego do seu córrego, comendo caracóis e minhocas. Mas, veja, há muitas razões para ter esperança, há 14 de vocês."
Além da carta, uma conta no Spotify sob o nome de Romeu reuniu várias músicas inspiradoras para as rãs do Loa, entre elas Stronger (What Doesn't Kill You), da Kelly Clarkson, e I'm Still Standing, do Elton John.