Carta do Tarot de novembro é O Eremita; arcano requer paciência e perseverança
A carta, em novembro de 2019, diz respeito a um período de suave retração
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O recado da carta de Tarot de novembro está dado: devagar se vai ao longe. Eis o terror de quem sempre tem pressa e o pavor de quem quer tudo para ontem. Esse é o lema do nono arcano maior do Tarot, O Eremita.
Numa época em que de tudo parece tão corrido e todos se mostram sem tempo, esta carta é uma das forças mais bem-vindas. Além de nos fazer parar por alguns minutos e questionar o que estamos fazendo e como estamos vivendo, ela exige a devida paciência para sustentar convicções e, também, para rever conceitos e crenças.
Em meio ao caos, O Eremita é o arcano do Tarot que vem para inspirar alguma pausa para seguirmos nosso caminho com mais clareza e menos medo. A partir deste mês, pouca coisa será como antes.
Temos de entender, exatamente como O Eremita compreende a vida, que nada é permanente: nosso corpo, nossas emoções, nossas vontades e o mundo ao nosso redor. O trem do tempo não nos espera subir nem freia para descermos. Lidar com quem somos é que pode nos levar além.
AMOR COM SABEDORIA RIMA COM HARMONIA
O Eremita, em novembro de 2019, diz respeito a um período de suave retração. É quando duas pessoas parecem se fechar para balanço sempre que possível, administrando a individualidade, e também a relação, com algum silêncio.
O Tarot nos orienta a agirmos com verdade diante da pessoa amada e a jogar luz onde houver breu. É assim que colocamos as coisas em ordem e entendemos o compromisso afetivo como uma construção que precisa de constantes reparos.
Para quem não está em um relacionamento, uma espécie de retiro é prudente para haver clareza sobre o que se tem feito com a própria vida. Curar as fraturas, refletir sobre as relações que não deram certo e colocar nos devidos lugares os medos e as crenças sobre o amor que nunca vem ou sobre a solidão no futuro.
O Eremita insiste numa lição grandiosa neste mês: o mundo não está contra ninguém, por mais que assim pareça. O medo de não se relacionar ou de não encontrar alguém à altura precisa ser encarado como um sinal ou uma convocação: é urgente questionar se a necessidade de ter um relacionamento é por alguma pressão externa, influência ou comparação com pessoas próximas que estão em relações longas. O Eremita conhece muito bem o ditado “antes só do que mal acompanhado” e o assina embaixo.
O TRABALHO: ENTRE MONOTONIA E CONSTÂNCIA
O Eremita é uma figura incansável. Um de seus lemas é a repetição, porque ele sabe muito bem que a prática leva à perfeição. É assim com os iogues, com os gurus anciãos, com os mestres espirituais e mesmo com artesãos e trabalhadores de idade avançada.
É com a prática constante que se descobre a maestria em algum ramo ou atividade. Em novembro nos veremos fazendo mais do mesmo, ou seja, continuamos com o que temos feito. É a monotonia que parece atrasar nossa vida, mas que na verdade é repleta de sentido.
O Eremita sabe que se ele está em determinado lugar fazendo determina coisa em determinado momento, é porque as condições todas o levaram àquelas condições. É uma lição para praticarmos: repetições podem até entediar, mas são elas que lapidam o primor.
Convém sermos firmes com as tarefas, por mais que indesejadas. É assim que vamos além, mas sempre com um passo de cada vez. Respiremos e continuemos. Para quem procura trabalho, a tendência é encontrar algum propósito.
O Eremita, como já dissemos, é incansável: pode ficar sem carteira assinada, mas nunca sem serviço. A vida e o mundo estão abertos, por mais que pareça o extremo contrário. Por isso que ele, o arcano de novembro, jamais admite qualquer desistência em nossa trajetória. Devemos procurar e continuar procurando, mesmo que a única perspectiva pareça ser a estagnação, a impossibilidade, o silêncio e o nada.
TAROT DE NOVEMBRO: O EREMITA, O MESTRE
No Tarot, a figura tão prolífica do mestre é representada pela imagem arquetípica do arcano O Sacerdote, com sua hierarquia e diretrizes bem estipuladas em nome da disciplina e da transmissão do conhecimento. Mas há também o professor informal e não menos importante do Tarot –por vezes mais forte, mais sério e mais eficaz que o outro–, que é justamente O Eremita.
A carta de Tarot de Novembro de 2019 é a imagem e a riqueza do velho sábio, aquele que ensina enquanto segue o próprio caminho. O Eremita é aquele que teve muitos mestres e que sai em jornada para encontrar o divino. Ao longo do caminho ele se dá conta de que o sagrado é dentro e ao redor dele. E é do alto das montanhas de si próprio que ele ilumina o mundo com o que viu e com o sabe.
O Eremita dá exemplos fortes, mostra os abismos e questiona a nossa coragem. Há muito o que fazer, e só um mestre —um guia, um conselheiro, um monge, um sábio— é que expõe os perigos, os avanços e os êxitos. Só um professor é que nos faz seguir ou retroceder nas casas do jogo da vida.
Para isso é preciso entender que professor não é só aquele da escola. A partir de novembro, segundo O Eremita, podemos ver que um professor pode e tende a ser qualquer pessoa que cruza o nosso caminho, assim como as situações passam a ser lições, na maioria das vezes. A vida nos ensina alguma coisa o tempo todo.
A NATUREZA TE ENSINA TUDO
Elke Maravilha sempre dizia que seu pai certa vez lhe instruiu: “Elke, presta atenção na natureza; ela te ensina tudo”. Essa talvez seja a lição mais importante que O Eremita nos traz, que é observar as coisas ao nosso redor como professoras. A cada momento podemos aprender alguma coisa, seja lá com quem ou com o que for.
Novembro é o mês para ouvirmos a própria natureza —aliás, um mote alquímico do deste arcano maior é literalmente seguir os passos da Mãe Natureza: “vem comigo, filho. Transforma-te”. E ser, aliás, a radiância para quem está perdido: a lua ou a vela no fundo túnel. Isso diz muito sobre o nosso futuro.
SENDO O EREMITA
A seguir algumas dicas bem práticas para entendermos o desempenho e a influência desse arcano em nossas vidas ao longo de novembro. Vamos a elas?
- Agradeça, de verdade, aos professores —pais, amigos, mestres, guias, desconhecidos—, porque sem eles você não seria quem é. E talvez nem estivesse aqui agora. Agradeça e deseje força a eles. Ainda mais. Porque a jornada é sempre longa. Mas há luzes, você vê? Então vamos em frente.
- O Eremita também diz respeito ao seu mestre interior. Se você se interessa por espiritualidade, reserve alguns minutos do dia para ficar em silêncio, respirando fundo e ouvindo sua voz interior. Essa prática absolutamente simples e irrecusável, por mais corrido que seja nossa rotina, tende a ser reveladora: proporciona aumento da intuição e da clareza mental sobre as pessoas e as situações e colabora para a diminuição de medos, pavores e receios.
- O Eremita é uma representação bastante antiga do deus grego Chronos, que representa o tempo. Muitos baralhos trazem uma ampulheta no lugar da lamparina que ele carrega, por isso é importante refletir sempre sobre o tempo das coisas e sobre o nosso próprio tempo. Já notou que estamos envelhecendo? E como lidar com esse fato? Escrever impressões, sensações e expectativas tende a ser muito importante ao longo deste mês para começarmos a nos preparar para 2020.
- Lembrando sempre do tempo que está passando e nunca para, outro ponto importante que O Eremita suscita é a noção que temos de corpo. Como anda a nossa saúde? Quais são as negligências e as desculpas para não nos alimentarmos corretamente ou nos exercitarmos com mais frequência. Precisamos ter em mente que este arcano do Tarot representa também as dificuldades de locomoção ou articulação acarretadas pelos maus cuidados com nosso corpo físico.
Vejamos as representações deste arcano do Tarot. Geralmente se trata de um velho seguindo seu caminho, ainda que com alguma lentidão. É assim mesmo que conquistamos nossos sonhos mais caros: com muita perseverança e pouca desistência.
Seguir os passos deste arcano tão sábio pode ser o começo de mudanças importantes em nossas vidas. E elas começam com a noção de que o mundo, as pessoas e a vida como um todo não são exatamente como queremos. E daí vem a noção de que podemos e devemos fazer o que deve ser feito, no nosso tempo e dentro das nossas possibilidades.
É assim que podemos ir além. Aliás, “quem eu quero ser em 2020?” Essa pergunta começa agora. Vamos respondê-la?