Um fenômeno inusitado aconteceu no zoológico de Cascavel, no Paraná, na última sexta (2): uma cascavel nasceu com duas cabeças.

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O animal está em observação no serpentário do zoo e passará por uma bateria de exames na próxima semana. De acordo com o veterinário Ilair Dettoni, ainda não é possível determinar se ele sobreviverá.

"A tomografia computadorizada mostrará o que é individual e o que está unido. Acredito que a cabeça e o pescoço sejam independentes, enquanto dividem o restante do funcionamento do corpo", diz. 

Como os filhotes de cobra levam de dez a quinze dias para fazer a primeira refeição —que se baseia em um cardápio de neonatos, ratos recém-nascidos—, é cedo para saber se a cascavel será capaz de desempenhar funções básicas como comer.

E será que as duas cabeças comerão? Dettoni não sabe dizer, mas afirma ter observado uma constância no comportamento do animal: "Quando uma [cabeça] está ativa, a outra fica em uma espécie de letargia. Parece que elas trocam de turno".

Após o período de avaliação, o profissional terá que decidir o futuro da cobra. "Particularmente, acredito que se estiver sofrendo o melhor caminho é sacrificá-la. Por enquanto, ela tem apresentado vigor, mas temos que ver se terá dificuldades para defecar e beber água, por exemplo."

A deformação já apresentou efeito visível, uma corcunda na região onde o pescoço é dividido em duas partes, o que pode comprometer a habilidade motora. "Uma cobra peçonhenta que não pode dar um bote está com uma grande limitação", explica o veterinário. 

O morador exótico chamou a atenção do público, mas sua exposição é incerta. "Acho de muito mau gosto expor esse tipo de animal. Não é uma decisão só minha, vamos discutir aqui. Mas se ela se desenvolver bem, a gente pode pensar sobre."