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Expulsão de Burger King por beijo gay mobiliza redes sociais na Espanha

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Selo BBC Brasil

A expulsão de dois rapazes de uma lanchonete do Burger King no centro de Madri, na noite de sábado passado, dia 29, rendeu diversas acusações e debates nas redes sociais sobre discriminação contra gays.

Tudo teria acontecido porque eles se beijaram, o que incomodou um casal heterossexual, que estava com os filhos no local. Foi o vigilante da lanchonete que expulsou os dois rapazes da lanchonete.

O relato das vítimas foi feito à associação madrilenha Arcópoli, que defende os direitos LGBT e que lhes ofereceu apoio legal e psicológico.

Segundo relataram à entidade, "apesar de que alguns clientes lhes pediram para que não saíssem, finalmente atenderam ao vigilante e foram embora magoados".

A Arcópoli avalia que "a expulsão de duas pessoas por dar um beijo é um fato grave" e que o comportamento do vigilante é "inadmissível".

O assunto ganhou repercussão quando uma conhecida de um dos rapazes postou um tuíte denunciando o fato, apontando-o como um caso de homofobia.

Desde então, a polêmica ganhou as redes sociais, e alguns meios de comunicação da Espanha registraram o incidente.

Em comunicado, a Burger King Corp. esclarece que tomou conhecimento dos fatos e que "o responsável de segurança atuou de maneira independente", sem consultar o gerente do estabelecimento.

A nota diz ainda que a empresa "tem uma longa história dedicada à diversidade, incluindo apoio para a comunidade LGTB. A diversidade é uma força que incentiva nossa inovação e fomenta um entorno inclusivo para empregados, franqueados, fornecedores e clientes dos restaurantes Burger King".

O comunicado destaca ainda que o franqueado da rede tem uma política de "tolerância zero contra qualquer tipo de discriminação" e que tomou "medidas imediatas" para tratar o incidente.

Crédito: Reprodução Expulsão de Burger King por beijo gay mobiliza redes sociais na Espanha (agora com link)
Expulsão de Burger King por beijo gay mobiliza redes sociais na Espanha (agora com link)

Em entrevista à BBC Brasil, Amanda Rodríguez, coordenadora da Arcópoli e porta-voz dos dois rapazes, explica que a entidade chegou a cogitar formalizar uma queixa contra o vigilante.

Mas os representantes da associação resolveram esperar pela reunião com o Burger King Espanha, em data a ser agendada, para avaliar as medidas tomadas pela empresa contra o comportamento do segurança e decidir se levam a denúncia adiante.

Rodríguez afirma que a empresa se mostrou do lado da comunidade LGBT e das vítimas, já que atendeu rapidamente à entidade e esclareceu que foi uma postura individual do vigilante. "O gerente realmente não sabia do que houve e quer pedir desculpas pessoalmente aos jovens", diz.

A expectativa da Arcópoli é realizar, com a rede Burger King, um trabalho conjunto de campanhas educativas e pró-ativas contra a homofobia.

Conforme a ativista, a entidade quer também que o governo da região autônoma de Madri crie uma lei contra a homofobia, bifobia e transfobia, para evitar que incidentes como esse se repitam.

Segundo ela, a empresa atendeu rapidamente à entidade e esclareceu que foi uma postura individual do vigilante. "O gerente realmente não sabia do que houve e quer pedir desculpas pessoalmente aos jovens", afirma Rodríguez.

Rodríguez alerta que as agressões e incidentes homófobos cresceram no centro de Madri nos últimos meses. A associação estima que apenas 10% das pessoas que sofrem agressões homófobas denunciam à polícia - por medo ou porque consideram a denúncia ineficaz.

BEIJAÇO

Nas redes sociais (#StopLGTBIQfobia), há uma convocação para um "beijaço" na porta do estabelecimento, na Praça dos Cubos de Madri, no próximo sábado, às 18 horas.

"Não podemos ficar sem fazer nada diante dessa mostra desprezível de discriminação homófoba. Se atacam uma, atacam a todas as pessoas que somos contra a discriminação", diz um trecho da apresentação do evento no Facebook.

A Arcópoli afirma que não apoia o "beijaço" em frente ao local. "Não que um pedido de desculpas seja suficiente, mas estamos seguindo um caminho, passo a passo, contra a discriminação sexual. O apoio que estamos recebendo de uma empresa do porte do Burger King é inédito", explica a ativista.

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