Há dez anos sem atuar em novelas, Diogo Vilela, que completa 54 anos no próximo dia 28, volta ao horário das 19h da Globo nesta segunda-feira (17) para viver o paraibano Felizardo Barbosa em "Aquele Beijo", do amigo Miguel Falabella.

"Enquanto [eu e Miguel] fazíamos 'A Gaiola das Loucas' a gente ria muito das mazelas de montar aquela roupa toda. Eu falava pra ele que não queria mais saber de personagem difícil de montar e ele disse que tinha a ideia de fazer um pra mim. Então todo dia ele entrava no meu camarim, perguntava se podia isso e aquilo e comecei a ficar encantado", contou ao F5.

Como muitos de seus papéis na TV, Felizardo terá uma veia cômica. Será machista e garanhão e ainda incentivará o filho Agenor (Fiuk) a fazer o mesmo.

"O Felizardo é um personagem solar, um nordestino com características bem próprias. Ele tem uma confecção caseira que dá certo, tem um pequeno domínio e age como um senhor feudal. Um mulherengo que dá força para o filho ser machão", resume."Ele é tudo o que a gente talvez não aceitasse", completa.

Mesmo com o longo hiato em novelas --a última foi "As Filhas da Mãe", de 2001-- Vilela participou de várias séries como "Toma Lá Dá Cá" e "A Grande Família", o que justifica seu sucesso como comediante.

"Fica mais forte na TV o que a sua personalidade imprime. No teatro não preciso fazer comédia para ter público, mas na TV é o que as pessoas querem de mim, mas esse personagem tem algo mais verossímil", explicou.

Sobre uma preferência pelo teatro, Vilela é pontual.

"O teatro é onde faço a minha realização artística e domino os meus sentidos. A TV é para ter contato com o grande público que não vai ao teatro. Não que eu prefira. O ator prefere bons papéis, não um ou outro", ponderou.

Dirigida por Cininha de Paula, a comédia romântica terá como protagonistas principais Giovanna Antonelli, 35, Ricardo Pereira, 32, Victor Pecoraro, 33, e Grazi Massafera, 29, e falará muito sobre o consumismo.

"As pessoas estão gastando mais para não sentirem carência, falta de alguma coisa. O consumo faz a pessoa sentir que conquistou uma vitória para o seu ego", disse.

E pra quem pensa que um ator com 42 anos de carreira já fez tudo, Vilela acha que está apenas começando.

"Falta exercer tudo que aprendi. Fiz Hamlet, personagens importantes, ganhei vários prêmios, tenho muito trabalho no teatro, na TV e no cinema. Minha profissão foi bem profícua, mas eu estava aprendendo. Não fiz com a maturidade que tenho hoje", explicou, com toda humildade.