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Reality de DRs, 'Escola para Maridos' terá membro expulso por mau comportamento

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Imagine como seria se "Are You The One?" (MTV) não tivesse casais bronzeados e plásticos, e sim gente como Tatinho, um taxista obcecado pelo Corinthians, e Mayara, sua mulher há 12 anos, sobrecarregada com os filhos e as tarefas domésticas.

Esse é aproximadamente o cenário de "Escola para Maridos" (Fox Life), um reality show que funciona como terapia conjugal. Por um mês, oito casais brasileiros conviveram em uma casa na Colômbia, onde os homens passaram por um treinamento intensivo para melhorar a relação. Não à toa —no programa, é comum ver as mulheres sendo xingadas, cobradas e humilhadas.

A psicóloga Ana Canosa coordenou o projeto, e apresenta o programa ao lado do ator Luigi Baricelli. "Geralmente, as questões afetivas, como discutir o relacionamento, cabem às mulheres. A proposta era quebrar esse paradigma, fazendo que o foco da resolução do conflito conjugal parta dos maridos", disse Canosa ao F5.

A psicóloga Ana Canosa e o ator Luigi Baricelli, apresentadores de 'Ecola para Maridos
A psicóloga Ana Canosa e o ator Luigi Baricelli, apresentadores de 'Ecola para Maridos' *** **** - Divulgação



Os homens assistiam às aulas de manhã e depois passavam por uma prova. No episódio "Sexo", por exemplo, o teste era assistir à fantasia sexual da mulher com outro homem. O marido via a mulher sendo seduzida e, se quisesse, podia substituir o amante na brincadeira.

Alguns homens aguentaram o desafio, outros nem tanto. "Você se esfregou nele que nem uma puta", diz um homem para sua mulher depois da prova. Outro, ao ver a mulher vestida para a fantasia, teve um surto de raiva e não quis participar.

"Quando você assiste a si mesmo xingando a sua mulher, você para e pensa. A gente cutucou a ferida do hábito deles", diz Baricelli. Ele é casado desde 1992 com Andrea Baricelli, o que lhe dá algum crédito para intervir na relação alheia.

"Sou um estudioso do comportamento humano. Já trabalhei muito para não ter hábitos machistas, esse é o maior esforço do homem latino-americano", diz o apresentador. "Vimos que as mulheres também são muito submissas. Quando elas se libertam um pouco disso, elas saem atirando, o que gera uma situação bem complexa."

Alguns dos casais tem mais salvação do que outros. Mas, como psicóloga, Canosa não entra nesse mérito. "Tem casais mais disponíveis emocionalmente e outros menos. Mas isso surpreende bastante, às vezes um casal com muitos problemas é também o que tem mais intimidade."

E a exposição pública, ajuda ou atrapalha? "Algumas pessoas topam essa exposição. Não é necessariamente ruim, porque não é comum na nossa sociedade ver um homem falando dos seus sentimentos. Isso abre muitas possibilidades", diz Canosa.

Baricelli não conta se o programa vai levar a alguma separação, mas adianta que um dos membros vai ser expulso por mau comportamento. Ele se orgulha do seu trabalho com os maridos, uma relação de confiança —os homens às vezes brigam com o apresentador, se revoltam com o programa, e não é raro que tudo acabe em lágrimas masculinas.

Envolvidos na proposta, Canosa e Baricelli acompanham os casais até hoje, meses após as gravações. A psicóloga conta que os homens têm um grupo no WhatsApp, onde se apoiam e conversam sobre os problemas conjugais.

O formato foi lançado na Argentina pela Fox e vai ganhar uma versão colombiana no futuro. Escola para Maridos vai ao ar às terças, às 22h45, no Fox Life.


Izabel e Felipe, participantes do reality 'Escola para Maridos'
Izabel e Felipe, participantes do reality 'Escola para Maridos' - Divulgação



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