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Atriz de 'Mister Brau' defende importância de personagem 'racista e elitista'

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Na nova temporada de “Mister Brau” (Globo), que estreou na terça-feira (12), o empoderamento feminino estará em pauta através das histórias de Michele (Taís Araújo) e Andreia (Fernanda de Freitas).

Enquanto a mulher e empresária de Brau (Lázaro Ramos) vai embarcar em carreira solo internacional, sua vizinha vai virar chefe do próprio marido, Henrique (Georges Sauma), ao herdar o escritório de advocacia do pai. O que não muda para Andreia, mesmo com o novo status, é a visão preconceituosa do mundo.

“Ela é racista, preconceituosa, elitista. Ela tem preconceito contra a empregada e fala na cara da empregada. Ela tem preconceito contra os negros, com a classe média baixa, com os pobres. E continua assim, mesmo trabalhando", contou Fernanda em entrevista ao "F5".

"O bacana é que os personagens da Taís e do Lázaro têm uma vida tão interessante que vão quebrando a história. Ela começa a se interessar. No fundo, ela quer ser a Michele, mas ela tem uma formação preconceituosa que é difícil de se livrar. Mas os Brau conseguem quebrar o jeito durão”, avaliou.

Para a atriz, não é fácil interpretar as falas carregadas de preconceito de Andreia.

O que atenua o tom das tiradas da personagem é o fato de a série ser cômica, e o tema, abordado em tom de brincadeira.

“Quando a gente está gravando e eu tenho falas horrorosas, eu brinco que se essa personagem estivesse em uma novela das 21h, eu apanharia ou seria xingada na rua. Mas acho que, por ser comédia, diminui o peso. A gente busca interpretar de uma forma que não fique tão agressivo como a fala é. Tentamos amenizar”, justifica.

Fernanda, que já esteve no elenco de humorísticos como “Tapas e Beijos” e “Nova Escolinha do Professor Raimundo”, reconhece que é difícil fazer piada hoje em dia sem levantar polêmicas, o que, a seu ver, é outra forma de extremismo.


“Todo extremismo é ruim. O politicamente correto não me incomoda. O que me incomoda é que você não pode mais fazer piada com nada, porque vai ser apedrejado. A gente tem que rir da gente, fazer piada, mas também chega de ataque, de gente falando o que quer sem punição, agredindo pessoas”, defende.

Para ela, mostrar personagens politicamente incorretos como Andreia é importante já que essas pessoas existem na vida real e representá-las leva a uma reflexão.

“Acho importante falar disso, assim como acho importante ter personagens gays nas novelas. Ninguém tem nada a ver com a vida sexual do outro. Acho um absurdo as pessoas discutirem ou ficarem ofendidas com quem eu me deito, como eu faço sexo, com a quantidade de pessoas que eu faço sexo. As pessoas são livres e a gente tem que respeitar”.
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