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Anistia Internacional protesta contra menção à ONG em 'A Regra do Jogo'

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A ONG de direitos humanos Anistia Internacional publicou em sua página no Facebook nota pública em que repudia a menção do nome da organização no capítulo desta segunda-feira (21) de "A Regra do Jogo" (Globo).

A cena foi protagonizada por Romero Romulo (Alexandre Nero) em um presídio de segurança máxima. Ao se apresentar como advogado de direitos humanos, o personagem mentiu dizendo estar a serviço da Anistia Internacional.

A ONG critica a "representação equivocada" dos defensores dos direitos humanos, "explorada de maneira irresponsável" pela Globo.

Na publicação, que recebeu quase 10 mil curtidas, a Anistia diz ainda que a menção ao nome da organização na novela "presta um desserviço à consolidação de uma cultura de direitos humanos na sociedade brasileira."

Procurada, a Globo afirmou que as novelas são obras de ficção, sem compromisso com a realidade. "Ao recriar livremente situações que podem ocorrer na vida real, a dramaturgia busca apenas tecer o pano de fundo para suas histórias", comunicou.


Confira, na íntegra, a nota da Anistia Internacional do Brasil:

Menção à Anistia Internacional na novela 'A Regra do Jogo'

A Anistia Internacional manifesta total repúdio ao uso do nome da organização de maneira indevida no capítulo da novela 'A Regra do Jogo' exibido nesta segunda-feira (21). Ao entrar em um presidio de segurança máxima, o protagonista da novela, Romero Romulo, interpretado por Alexandre Nero, se apresenta como advogado de direitos humanos, que estaria a serviço da Anistia Internacional. A representação equivocada do trabalho de defensores de direitos humanos na novela tem sido explorado de forma irresponsável e contribuído para criminalizar o mesmo.

A Anistia Internacional é uma organização respeitada, com 54 anos de história, que conta com mais de 7 milhões de apoiadores, que se mobilizam em defesa dos direitos humanos para todos e todas. Vencedora do Prêmio Nobel da Paz (1977) e presente em mais de 150 países, tem 95% dos seus custos financiados por doações individuais, o que permite total independência de governos, partidos, interesses econômicos, políticos e religiosos.

No início de agosto desse ano, a Anistia Internacional publicou o relatório "Você Matou Meu filho: Homicídios cometidos pela Polícia Militar na cidade do Rio de Janeiro", denunciando casos de execuções extrajudiciais na favela de Acari e outras comunidades fluminenses. Desde então, vem pressionando as autoridades estaduais a adotarem medidas urgentes para garantir investigação dos casos e justiça para as famílias das vítimas, além de medidas estruturais para adequar o uso de força letal pela polícia.

No Brasil, a atuação da organização tem sido pautada pelo debate amplo sobre os altos índices de homicídios entre os jovens negros moradores de periferia, que respondem por 77% dos cerca de 30 mil jovens assassinados todos os anos no país.

Embora se trate de uma obra de ficção, a novela 'A Regra do Jogo', ao usar o nome da Anistia Internacional —uma organização referência e atuante no país—, presta um desserviço à consolidação de uma cultura de direitos humanos na sociedade brasileira.

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