Longe da televisão desde 2009, quando atuou na novela "Poder Paralelo" (Record), Patrícia França está de volta à telinha —e à Globo— como a dona de casa Delma, de "Malhação".

A pausa na carreira aconteceu por falta de convite para bons papéis na televisão e por sua vontade de acompanhar o crescimento do filho, Gabriel, de 4 anos. A experiência de ser apenas mãe neste período ajudou a atriz a entender a dedicação de sua personagem à família.

"Eu preciso da minha profissão, preciso estar produzindo fora de casa para me sentir completa. A Delma é completa sendo mãe de família. Acho isso tão bonito, por que a sociedade de hoje pressiona a mulher a sair de casa, e a mulher que opta por ser dona de casa sofre preconceito. Eu acho uma escolha louvável preparar os filhos para a vida. Isso também é um trabalho e dos mais dignificantes", disse, em entrevista ao "F5".

Assim como sua personagem "mãezona", Patrícia diz ter uma relação bastante saudável com a filha adolescente, Fernanda, 14, mas procura estabelecer limites entre os papéis de mãe e amiga.

"Procuro fazer com que ela confie em mim para que ela tenha abertura para falar comigo sobre tudo e, ao mesmo tempo, tenho que manter minha figura materna muito segura. Eu brinco também e não sou aquela mãe 'mulher maravilha'. Ela vê meus defeitos. Lembro do dia em que descobri que minha mãe não era 'mulher maravilha' e foi como uma queda do 15º andar", revela.

Quando a filha sugere que pode seguir seus passos na carreira, ela diz que "tem que ter a própria companhia de teatro. Ela se assusta um pouco, mas a vida de artista é dura, você tem que saber prover os seus próprios trabalhos. É uma dificuldade constante para qualquer ator, atriz, em qualquer idade."

Patrícia também diz que não entende os argumentos de quem classifica "Malhação" como uma dramaturgia inferior: "É um produto há 20 anos no ar e a sobrevida da televisão é a audiência. O público não é burro. 'Malhação' é um espaço na televisão para o jovem, é um celeiro de jovens atores também. Não sei qual é o fundamento dessas críticas", defende.