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Série de ficção científica 'Orphan Black' é grande trunfo da BBC

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O diretor John Fawcett ("Xena") passou uma década com uma cena constante em sua mente. Nela, uma jovem está em uma estação de trem, quando outra surge do outro lado da plataforma. As duas se encaram de longe e notam que são idênticas. Segundos depois, uma delas se mata ao pular nos trilhos.

"Perguntei para John: 'E aí, o que acontece depois?'", conta o roteirista Graeme Manson ("Flashpoint"). "Ele falou: 'Agora é com você'." E foi assim que surgiu "Orphan Black", a segunda (e mais bem-sucedida) criação dramatúrgica da BBC América.

Da ideia inicial das gêmeas se conectando por alguns segundos, "Orphan Black" virou uma trama que envolve conspirações globais, trocas de identidade e clonagem.


"A história de uma gêmea perdida não era inovadora o suficiente. Como éramos fãs de ficção científica e horror no estilo das obras de David Cronenberg ('Gêmeos - Mórbida Semelhança'), os clones apareceram rapidamente em nossas reuniões de roteiro."

Não foi fácil a saga para trazer à vida uma série sobre uma garota envolvida com traficantes e clonada como detetive, assassina do Leste Europeu, cientista ou madame, por exemplo.

"O problema não era vender uma série de ficção científica com uma mulher no papel principal. Na verdade, produtores do Canadá e dos EUA achavam que nunca encontraríamos uma atriz que pudesse assumir tantas personalidades diferentes", diz Manson, em entrevista à Folha.

A solução estava em casa. Tatiana Maslany, que trabalhou com Manson e Fawcett em um episódio da extinta "Flashpoint", ganhou o papel contra 15 rivais quando "Orphan Black" foi finalmente comprada pela BBC América -que exigia uma protagonista canadense para ganhar isenção de impostos no país. "Sua capacidade de improvisação é impressionante. Isso que nos convenceu."

ELOGIOS

A série também convenceu a crítica. Maslany se tornou uma das atrizes mais prestigiadas da TV, com indicação ao Globo de Ouro e 12 prêmios da crítica nos EUA. "Estou respirando e vivendo um dia de cada vez, porque nunca tive tanta atenção assim", disse a atriz, que perdeu o Globo para Robin Wright, de "House of Cards".

O público também parece convencido. Nos EUA, cinco milhões de pessoas assistiram aos dez episódios da primeira temporada, que ajudou a BBC América a alcançar seu recorde no país em 2013.

Manson não dá muitos detalhes sobre a segunda temporada, que estreia nos EUA em abril —no Brasil, a BBC deve encurtar a janela de lançamento para o segundo semestre. Ainda assim, o roteirista diz ter criado um clone com raízes latinas, mas a personagem ainda não está pronta.

"Nós vamos mais a fundo nas personagens criadas na primeira temporada. Não há um intervalo de tempo entre os dois anos ", explica Maslany. "Vai ser um desafio jogá-las novamente para o mundo."

NA TV
Orphan Black
QUANDO às quartas, às 23h, na BBC HD; disponível na Netflix

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