Televisão

Hebe, Susana Vieira e Ana Maria Braga também ditam moda

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Meus amores! Que luxo estar aqui nas páginas da Serafina falando de moda, meu quinto assunto favorito (os quatro primeiros são todos televisão).

Quem não gosta de moda? Somos todos fashionistas, mesmo que nosso orçamento não dê nem para as revistas.

O meu caso é ainda pior. As revistas é que não me dão a menor bola. Quando foi mesmo que alguma delas fez um editorial de moda com modelos da minha sexagenária faixa etária? Pois é...

Só que não estou pronta para passar o resto de meus dias usando aquelas batas de hospital que não fecham na parte de trás. Ainda bem que existe um lugar onde uma sessentona como eu pode aprender a ser sexy sem ser vulgar: a televisão.


A TV brasileira sempre foi pródiga em senhoras que, se nem sempre acertam no look, pelo menos têm proposta. O exemplo mais fulgurante foi Hebe Camargo. Com ela, não tinha esse lance de "simplezinha". Usava turquesa da cabeça aos pés, se embrulhava em peles cor-de-rosa, abusava dos decotes vertiginosos. Parecia a versão loura do diamante Koh-i-Noor.

Hebe se vestia para parecer riquíssima, bilionária, poderosa. Já Ana Maria Braga se veste para parecer gostosa.

Nada contra --afinal, quem nunca, não é mesmo? Mas o estilo de Ana Maria --que inclui jaquetas de couro, camisetas de Alexandre Herchcovitch, bijus caudalosas e até fantasias de Madonna ou Amy Winehouse, daquelas que doem nos olhos-- é dificílimo de copiar. Talvez porque sua vida também seja: não é qualquer coroa que pula de asa-delta, faz caiaque na Amazônia, namora o segurança e conversa com um papagaio de espuma.

Mais pé no chão --e mais parecida com milhões de brasileiras-- é a dona Nenê (Marieta Severo) de "A Grande Família". Adoro aqueles vestidos rodados, estampados, muitas vezes com alças, para suportar o calorão da zona norte carioca. Também amo as faixas coloridas que, de vez em quando, lhe envolvem a cabeça.

O grande problema da Nenê é que nenhuma mulher sonha em ser como ela. Ok, ela tem um casamento feliz que já dura uns 800 anos, filhos bem encaminhados, casa própria, nenhum problema de saúde e ainda cozinha muito bem. Mas quem disse que felicidade é tudo na vida? Queremos mais.

Queremos o frisson da paixão, os olhares embevecidos, o brilho dos holofotes. Nesse quesito, ninguém bate Susana Vieira. Mais do que nenhuma outra celebridade, ela descobriu o grande segredo da beleza: para ser maravilhosa, é preciso se achar maravilhosa.

Susana jogou fora o calendário e nem sabe mais em que ano estamos. Também não segue tendências nem está preocupada em adequar o guarda-roupa à sua idade. Gosta de "cores sólidas" e "prints" de animais. E mostra aquele bração como se fosse uma ameaça velada aos seus detratores.

Que outra atriz da mesma idade teria a audácia de usar o vestido com que sua personagem Pilar ofuscou os convidados do casamento de Nicole (Marina Ruy Barbosa) na novela "Amor à Vida"? E olha que a noiva morreu no altar!

Mesmo assim, Susana/Pilar causou. Seu apertado modelito azul era composto por bordados e transparências, tinha mangas compridas, nenhum decote e ainda terminava acima do joelho. Parecia um vaso chinês.

Susana estava gorda e fabulosa ao mesmo tempo e é por isso que ela é mais do que meu ícone fashion. É um exemplo a ser seguido. Quando eu crescer, quero ser como ela.

Eloá Paranhos, 67, é colunista de TV do "Factoides", a seção de humor do site F5.

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