Televisão

Canal Viva não é depósito da Rede Globo, diz diretora

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Quando soube que o canal Viva pretendia reunir o elenco de "Sai de Baixo", conhecido pelos melindres, em um série especial, Dennis Carvalho, diretor do humorístico que foi ao ar na Globo entre 1996 e 2002, provocou: "Essa eu quero ver".

Ele não só viu como está dirigindo o reencontro da turma do Arouche, capitaneado por Letícia Muhana, que completa dois anos no comando do canal em julho.

Crédito: Luciana Whitaker/Folhapress Letícia Muhana, diretora do canal Viva, posa para fotos nas antenas da Globosat
Letícia Muhana, diretora do canal Viva, posa para fotos nas antenas da Globosat

A baiana, que não revela a idade, idealizou uma homenagem ao programa reprisado em seu canal e se lançou em busca de Miguel Falabella, que além de roteirista interpretava o personagem Caco Antibes.

"Sabia que o Miguel estava atolado de trabalho, mas ele topou. Disse que tinha até o roteiro dessa volta do 'Sai de Baixo' em sua cabeça", conta ela.

E lá se foi Muhana com sua equipe numa correria para reunir o restante do elenco, alinhavar as agendas para as gravações, recrutar convidados especiais e colocar no ar quatro novos episódios da série de humor.

"O Viva é um canal que mexe com nossa memória afetiva. Mas há um jeito diferente de olhar para tudo isso: oxigenando a história da TV", diz ela, entusiasmada com os resultados recentes.

Na primeira exibição do especial de "Sai de Baixo", que ficará até julho no ar,o canal liderou a audiência na televisão por assinatura e foi o assunto mais comentado no Twitter.

CASA NOVA

Há dois anos, Letícia Muhana deixou o GNT, canal que criou e dirigiu por quase 20 anos, para se dedicar exclusivamente ao canal pago e com programação voltada para reprises e produtos da TV Globo.

Também ganhou um cargo de consultora da Globosat, que reúne os canais de TV paga da emissora carioca.

Criado em 2010, o canal Viva logo se tornou um queridinho da programadora de televisão por assinatura.

Com custo baixo, boas audiência e repercussão, o canal figura com frequência nas pesquisas de audiência.

Atuando como consultora, Muhana montou um programa voltado para roteiristas, trazendo ao Brasil nomes consagrados do gênero para ajudar a formar novos autores de audiovisual no Brasil.

"Eu tenho anos de vivência em TV paga, tenho de contribuir de alguma forma", explica a diretora, lembrando que começou nesse ramo quando ainda não existia mercado estabelecido, assinantes nem pesquisas.

Ela foi uma das primeiras funcionárias da Globosat e criou canais e atrações lançando mão do que guiou os precursores da televisão: "feeling".

"Me deram uma folha em branco e pediram para eu criar um canal. Daí nasceu a Globo News" conta ela rindo.

Jornalista de formação, Muhana vinha até então de uma carreira na TV aberta, em jornalísticos da Globo.

PASSADO É PASSADO

Sobre o GNT, canal que ainda tem um tanto de seu DNA, Muhana evita fazer juízo de valor sobre o conteúdo.

Ela afirma que não fala do canal com base em seus sentimentos. Explica-se: a diretora não deixou a emissora por decisão própria.

"Quando saí, coloquei na cabeça que tinha de me afastar de vez, cortar laços para os outros poderem trabalhar", justifica. E emenda: "O GNT não faz mais parte do meu controle remoto. Está no ar em um dos monitores da minha sala, mas fica lá, sem som. O meu foco é o Viva".

O que não a impede de lembrar com carinho do antigo projeto e contar histórias divertidas da primeira formação do "Saia Justa", um dos seus maiores orgulhos profissionais, segundo diz.
Diz que sente saudade de quando o programa era "pulsante" e que os seus bastidores renderiam um livro.

"Certa vez, o debate estava tão acalorado que deixamos o ACM [Antônio Carlos Magalhães, senador baiano morto em 2007] esperando no telefone para falar com as meninas, e ele acabou desligando de tanto que esperou."

"Que debate se dá ao luxo de ter Rita Lee no elenco, uma roqueira que quando dava na telha fazia crochê no ar?", pergunta -a cantora e compositora integrou a primeira formação do "Saia Justa".

"Mas vamos falar do Viva. Que fique claro que esse canal não é um depósito da Globo, algo morto, parado. Não é da minha natureza ficar parada."

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias