Televisão

Sem modéstia, Marcos Mion diz que está na vanguarda da TV brasileira

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Genérico do "Pânico". Cópia do "CQC". Não foram poucos os rótulos que o "Legendários" (Record) carregou na TV. O tempo trouxe a distância das comparações. O público fiel garantiu o segundo lugar em audiência consolidado em um dia ingrato na TV: o sábado à noite.

É nesse clima que a turma de Marcos Mion, 32, comemora dois anos no ar na Record.

"Nunca tivemos nada a ver com o 'CQC' nem com o 'Pânico'", diz Marcos Mion. "Quem conhece meu histórico sabe que fiz tudo isso muito antes de o 'Pânico' existir", continua. "Não tenho motivos para copiar ninguém."

Criador e apresentador da atração, Mion faz questão de se meter em tudo no programa. Participa da produção de cada quadro, dá ideias, quer retorno. Contratou cada integrante da equipe, dos assistentes ao diretor.

Para ele, o maior desafio foi criar um programa espirituoso sem afugentar a clássica plateia da Record. Sem assustar a família brasileira.

Com um time irreverente sob seu comando (vide João Gordo), Mion temia extrapolar nas piadas. Ao mesmo tempo, não queria encaretar de vez, perder as características que o consagraram na MTV.

"No primeiro programa já tirei um barato do 'Fala que Eu te Escuto' (programa religiosos da Igreja Universal). Mas sem desrespeitar ninguém", conta ele.

Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress O apresentador Marcos Mion durante gravação do "Legendiarios", que comemorou dois anos no ar ontem
O apresentador Marcos Mion durante gravação do "Legendiarios", que comemorou dois anos no ar ontem

PUBERDADE

Sem modéstia, o apresentador se considera um vanguardista na TV brasileira. Mas sabe que o sucesso veio com o amadurecimento.

"Conheço os dois lados da roda-gigante. Já tive um programa em que podia fazer o que quisesse e, no outro dia, acabaram com tudo", diz o apresentador, referindo-se ao "Descontrole", programa que apresentou por poucos meses na Band, em 2001.

Também se irrita quando é colocado no mesmo balaio do humor politicamente incorreto de Rafinha Bastos.
Explica que toda essa agressividade, essa tentativa de chamar a atenção do público, é coisa de quem está começando na TV.

"Já passei dessa fase de querer incomodar só para chamar atenção. Isso é a adolescência do humor", continua.

"Meu desafio é fazer puro entretenimento, sem preconceito. Estou muito mais para Adam Sandler [comediante famoso em Hollywood] do que para Andy Kaufman [americano conhecido por seu humor transgressor]."

Mion também não economiza farpas na direção dos programas que exploram as mulheres sem roupa. Diz que tenta vestir ao máximo a ex-panicat Juju Salimeni, que integra o elenco do "Legendários" desde o ano passado.

"Juju é inteligente, descolada, fala inglês bem. É bem mais do que uma bunda", diz Mion. "Coloquei Juju para fazer reportagens, desafios radicais."

"Mas a molecada fica alucinada: 'Como é que esse cara vestiu a Juju?'", continua. "Aí, de vez em quando, deixo ela fazer algo mais sensual, para os 'zé bronha' não me assassinarem na rua."

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