Saiu no NP

SAIU NO NP: Fantasma "bota pra quebrar" em pensão de SP

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Sapatos e sandálias voam de um lado ao outro do quarto, lençóis saem flutuando do varal para cobrir pessoas que dormem descobertas, vasos de flores se espatifam nas paredes sem que ninguém os tenha arremessado... A seção "Saiu no NP" desta quarta-feira (29) traz uma série de relatos sobre fenômenos estranhos ocorridos em uma pensão na cidade de Limeira, no interior de SP, há quase 45 anos, e que afugentou hóspedes e até mesmo os proprietários do local.

Um casarão localizado na rua 11 de Julho, no bairro de Vila Camargo, propriedade de dona Nilza e seu marido Floriano, foi palco de um típico filme de terror sobrenatural, como relatou a manchete do jornal "Notícias Populares" de 6 de outubro de 1970: "Fantasma põe pensão em pânico".

Crédito: Folhapress
No dia 6 de outubro de 1970, "Notícias Populares" publicou na manchete a história do fantasma de Limeira

A equipe de reportagem do NP viajou por mais de 140 km até chegar à cidade do interior paulista, onde conversou com os donos e os habitantes do pequeno hotel para saber o que se passava por lá, o porquê de estarem tão amedrontados. O mais estranho de tudo, segundo as pessoas que ali frequentavam, era que esses eventos aconteciam apenas durante o dia.

Miguel, 24 anos na época, um dos poucos remanescentes da pensão, onde passava a maior parte do dia, já que se encontrava impossibilitado de trabalhar devido a um acidente, detalhou ao repórter o que viu: "Eu estava dormindo, depois do almoço, descoberto, pois era um dia muito quente. De repente acordei assustado, porque um lençol completamente molhado cobria o meu corpo. Pensei em reclamar, mas a dona disse que os lençóis saiam voando dos varais para dentro da casa. Durante essa conversa, vi uma panela de pressão flutuando pela sala e depois xícaras e pratos de um lado para o outro, espatifando-se pelo chão".

De acordo com o rapaz, uma entidade parecia ser a responsável por aquele e por outros fatos estranhos que repentinamente ocorriam dia após dia: "Uma lata de gordura de 20 kg fez um voo e se alojou próxima a outros alimentos, quando um 'fantasma' (com suas mãos invisíveis) lambuzou tudo, transformando-os em imprestáveis."

Além das maldades citadas, o tal do "espectro" gostava de sacanear os moradores, como contou Miguel: "Havia saído e o meu quarto estava em ordem... Quando voltei, o colchão estava fora do lugar e as colchas amontoadas. Resolvi eu mesmo arrumar a cama e depois dar um jeito no armário, que também havia sido bagunçado. Ao terminar, virei-me para trás, e a cama estava toda desarrumada outra vez."

O jovem também se recordou do último almoço de domingo, quando uma costela de vaca voou sobre sua cabeça (ainda bem que não era o animal inteiro!). Intrigado com tudo, resolveu ir para a rua colocar a cabeça no lugar, mas ao chegar na porta foi alvejado com uma "chuva" de objetos voadores, como latas, vasos de flores e vassouras. "Uma casca de ovo passou sibilando nos meus ouvidos", contou à reportagem.

Crédito: Folhapress
Reportagem do jornal informou que Dona Nilza, dona da pensão, cogitava fechar o local e se mudar

Miguel parecia ser a vítima predileta dos fenômenos sobrenaturais: "Um outro dia, eu fiquei espantado ao olhar para o alto. A lâmpada começou a se mexer mais do que cabrocha sambista, só que não ventava e nem nada do tipo. Subi na mesa e fui colocar a mão na lâmpada, mas, antes de eu encostar, ela explodiu", disse. Mesmo desacreditado, ele a trocou por seis vezes, mas todas estouraram, até que desistiu.

Jair, outro hóspede do pequeno hotel, trabalhava durante o dia e pouco se deparava com as ações do "espírito fanfarrão", mas já tinha visto algumas dessas anormalidades pela manhã, antes de sair para o trabalho. Um exemplo, relataram os repórteres, ocorreu no momento em que Jair contava suas experiências no lugar "mal-assombrado" e alertava que a entidade se irritava ao falarem dela: uma sandália de criança começou a voar pelo local.

Evangélica, a proprietária dona Nilza não queria saber de nenhuma reunião espírita no local. Ela não admitia que qualquer outra religião investigasse o que se passava por lá. Porém, desesperada com a situação, desabafou ao "NP": "Eu vou me mudar daqui, estou ficando doida com essas coisas. Chamei dois missionários, e eles disseram que o demônio estava dominado e que não aparecia mais. Não adiantou nada. Depois que eles estiveram aqui, as coisas pioraram muito. Os meus inquilinos estão saindo apavorados e sem eles tenho que fechar a pensão".

Capiroto ou espírito zombeteiro, até hoje ninguém nunca soube o que assombrava o lugar. Talvez assustados, os repórteres do jornal "Notícias Populares" não procuraram mais os donos da pensão. Essa é mais uma daquelas histórias que nos deixam intrigados, mas que nunca saberemos o final.

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