A mexicana María Barajas,79, se irritava ao ver que suas filhas "não tiravam os dedinhos" das telas de seus smartphones. De tanto reclamar, a senhora ganhou uma conta no Instagram e também entrou para o clube.

Depois das investidas de Donají, uma de suas herdeiras, María cedeu e começou a angariar seus próprios seguidores —já são mais de cinco mil. Em entrevista ao espanhol "Verne", ela conta que faz cerca de 50 fotos por dia, mas posta "apenas as melhores". 

Quem acompanha sua galeria online vê desde paisagens naturais e selfies no espelho a fusquinhas "simpáticos", que ela adora desde jovem. A quase octogenária registra seu cotidiano em Guadajara e viagens de família.

E ela levou tão a sério a nova atividade, que até se inscreveu em um curso de fotografia em 2014 e comprou uma Nikon semiprofissional. "Queria voltar para o curso, mas o professor disse que já não preciso mais".

O Instagram não foi a primeira experiência de María com fotos. Aos 19 anos, ela adquiriu sua primeira câmera. "Meu cunhado ia jogá-la no lixo porque, dizia ele, não servia para nada. Eu a peguei e comecei a fotografar minha família". A matriarca tem sete filhos, 16 netos e dois bisnetos — nenhum tão popular nas redes quanto ela.

María diz que adorou a ideia de compartilhar suas fotos e de ter acesso a de outros usuários porque "é uma maneira de conhecer lugares bonitos que talvez não teria a possibilidade de visitar".

Ela afirma que agora são suas filhas que perguntam "como estão os dedinhos". E defende sua presença anciã na web: "Se estão lúcidos, não existem limitações para os mais velhos."

Ainda que se permita fazer uma selfie ou outra, María não curte o estilo narcisista da rede. "As pessoas deviam usá-lo [o Instagram] para descobrir lugares, tirar fotografias bonitas. Não é fácil fazer uma boa foto, requer esforço". E avisa: "Quando alguém me segue e eu vejo que em sua conta só tem fotos mostrando a língua, não sigo de volta".