Factoides

HUMOR: Pastéis brigam com coxinhas por causa de ré no quibe

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Bom dia, meus três fiéis leitores. É um prazer inusitado encontrar vocês aqui, já que agora todo mundo só fala em Copa. Falar nisso, confesso que, para minha surpresa, a Copa está muito cool. Cool até demais.


Eu sei que o assunto está velho, mas é impossível fugir dele. A cerimônia de abertura teve a maior cara de produção da RedeTV!, né não? Parecia o programa da Luciana Gimenez. Fiquei esperando que a qualquer momento entrasse o Inri Cristo falando do "mêo pai" ou então começasse um desfile de lingerie. Também, convenhamos, quem mandou buscar coreógrafa na Bélgica, um país que se orgulha de ter inventado a... batata frita?!

Ah, fala sério.


Mais desagradável do que a abertura só mesmo o xingamento à presidente. O estádio é padrão Fifa, mas a torcida foi padrão Brasileirão. Não foi cool, gente. Foi constrangedor.

Não o xingamento em si, que é coisa de estádio, nós sabemos, mas sim o mimimi, o chorume e a mágoa de caboclo dos petistas e "postistas" (petistas pró-poste) que tomaram conta da Internet.

De uma hora pra outra, a Copa que era "do povo" se transformou na Copa "da Zelite". A confusão mental foi tamanha que teve blogueiro progressista repetindo o mesmo argumento que atacara um dia antes!


Desconsolada, minha amiga Zelite me ligou de Paris aos prantos. "Je ne peux pas supporter! Tudo nesse país é culpa da Zelite! E eu nem sei onde fica esse tal de Itaquerão! Oú est cette merde?!"

Eu conheço a Zelite faz tempo. Ano passado, ela se casou com um empresário italiano, o Lorenzo Brancca, mudou o nome para Zelite Brancca e foi morar em Paris, onde é vizinha do Chico Buarque.

A Zelite só sai de casa para praticar equitação e assistir jogo de polo. Ela jamais levaria o solado vermelho do seu Louboutin para passear na Zona Leste. Não. O xingamento foi coisa da classe média desclassificada que paga impostos suíços, mas se recusa a viver na Nigéria. Nada cool, nada cool.

Crédito: Edson Aran

No Orkut do Zuckerberg, o debate ficou mais baixo do que o nível da Cantareira. Eram pastéis ofendendo coxinhas por causa de ré no quibe. Risoles e esfihas acompanharam a coisa de longe, fingindo que eram uruguaios. Nada cool, nada cool.


Mas tudo tem um lado bom, especialmente a J.Lo e a Claudia Leitte, que ficam boas de qualquer lado. O careca com calça pula-brejo é um horror, mas podia ser pior. Podiam ter chamado o Marcelo Camelo.

Agora é bola pra frente porque futebol é assim mesmo: cheio de trocadilhos e piadas infames. Dá até para gritar "México lindo!" no jogo de terça. E podem vir, seus comedores de guacamole. Nós vamos mostrar pra vocês com quantos apocalipses se faz um calendário maia!
Isso sim vai ser cool.


EDSON ARAN é autor de seis livros. O mais recente, "O amor é outra coisa" (Jardim dos Livros), fala sobre o sentido da vida e tem mais de duzentos pensamentos cretinos. Também é roteirista. Seu site é www.sitedoaran.com.br

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