Factoides

HUMOR: Anitta, as cantadas e os pobres miseráveis

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Anitta está certa. Jogar lata de cerveja no palco é coisa de pobre mesmo. Pobre adora jogar. Joga no bicho. Joga na Loto. Joga na cara. Esse negócio de indireta é bobagem de classe média, que vai lá no Facebook e escreve: "Curte tudo o que eu posto, mas passar a vara que é bom, nada..."


Por falar em passar a vara, neo feministas brasileiras agora estão engajadas em acabar com o fiu-fiu e a cantada de rua, vê se pode. No fundo, no fundo, são todas mocinhas de classe média com um tremendo preconceito contra pobre. Só isso. Porque nós, homens pequeno-burgueses e travados, jamais chegaremos para uma mulher e diremos: "Opa! Mas esse bundão é um latifúndio, minha filha! Eu não sou o MST, mas tô doidão pra invadir!"


Não! Nós fomos educados com Simone de Beauvoir e Rose Maria Muraro. Nós assistimos ao "Saia Justa" e à Ana Maria Braga. Então nós nos aproximamos cautelosamente da moça e tudo o que falamos é: "E então, gostou do filme mais recente do Woody Allen?"

Crédito: Edson Aran

Aí a garota sai irritada e dá pro manobrista. No estacionamento. Porque ele teve coragem de chegar para ela e mandar: "Opa! Me chama de Black Bloc que eu vou te vandalizar todinha!"
Inibição moral só existe para você, eu e essas Betty Friedans Walking Dead.


No topo da pirâmide todo mundo está fazendo orgia, geralmente usando máscara e com algum sacrifício humano envolvido, para continuar dominando o mundo. Na base, a promiscuidade é quase natural, motivada pela falta de espaço no barraco e o som estridente do baile funk que não deixa ninguém dormir.


Bons modos são para nós, que pagamos imposto e nos importamos. A cantada de rua e a lata de cerveja no palco são evidentemente coisa de pobre, esse miserável. Mas as "NeoFriedans" são "da hora" e a Anitta "ofendeu os fãs". Ah, parem com isso!


Anitta é bacana e não uiva feito uma Gal Costa, o que é já é uma grande coisa neste cenário MPBzento horroroso do qual não conseguimos escapar. E é uma tremenda gostosa, fala sério! Ô lá em casa! Aparece lá que eu não sou a NSA, mas vou te investigar inteira, meu tesouro! Prepara!


EDSON ARAN é autor de cinco livros. O mais recente, "Delacroix Escapa das Chamas" (Editora Record), é uma sátira futurista passada na São Paulo de 2068. Sua série de cartuns "O Totalmente Dispensável Almanaque Inútil do Aran" é publicada mensalmente no "Folhateen". Ele foi diretor das revistas "Playboy", "Sexy" e redator-chefe da "Vip". É um tuiteiro compulsivo e sua conta é @EdsonAran.

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